Lula quer baratear carros: 'R$ 90 mil não é popular', disse ele

Ele trouxe o assunto à tona em reunião do ‘novo Conselhão’

O Liberal
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Nesta quinta-feira (4), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, questionou os preços atuais dos carros e afirmou que o governo pretende tomar iniciativas para trazer veículos mais baratos ao país, além de garantir melhores condições de pagamento.

Na primeira reunião do novo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o chamado "Conselhão", Lula indagou: “qual pobre que pode comprar carro popular por R$ 90 mil? Um carro de R$ 90 mil não é popular. É para classe média", disse ele.

O ‘Conselhão’ recriado por Lula tem a missão de auxiliar na elaboração de políticas públicas de desenvolvimento. Até então, o presidente não deu maiores informações sobre o plano para baratear os carros.

Lula voltou a criticar o Banco Central e o presidente da entidade, Roberto Campos Neto, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de manter a taxa básica de juros da economia em 13,75%.

"É engraçado, é muito engraçado o que se pensa neste país. Todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juros. Todo mundo tem que ter cuidado. Ninguém fala de juros, como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas", disse.

A taxa de juros é o principal instrumento do Banco Central para coordenar a política monetária do país. Quando os juros sobem, o empréstimo fica mais caro e a economia "esfria", o que ajuda a controlar a inflação – mas, como consequência, reduz a expansão da renda e do emprego.

‘Conselhão’ quer encontrar saídas econômicas

O presidente disse que é uma virtude do "Conselhão" reunir pessoas com pensamentos diferentes e que, deste diálogo, surgirão novas ideias para o país. "O Brasil não mais será país do monólogo, autoritarismo, pensamento imposto à força", afirmou.

"Aqui não é um espaço para as pessoas virem falar bem do governo. Também não é espaço para só fazer diagnóstico. Aqui é um espaço para vocês ajudarem a governar esse país, como é que vocês querem que as coisas sejam feitas", afirmou.

Lula também afirmou no discurso que espera que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela organização do "Conselhão", tenha o mesmo êxito na articulação da base do governo no Congresso.

Articulação com Congresso Nacional

"Quero reconhecer o trabalho extraordinário do ministro Alexandre Padilha. Eu espero que ele tenha a capacidade de organizar e de articular que ele teve no conselho, dentro do Congresso Nacional. Aí vai facilitar a minha vida", disse Lula.

A articulação do governo com deputados e senadores tem sido criticada, inclusive pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Na véspera da reunião do "Conselhão", o governo foi derrotado na Câmara com a aprovação de um projeto para derrubar trechos de dois decretos do presidente Lula que alteraram a regulamentação do marco legal do saneamento básico.

Lula afirmou que, após retornar da Inglaterra, onde participará no fim de semana da coroação do rei Charles III, discutirá com sua equipe o lançamento do novo plano de investimentos em infraestrutura do governo.

O presidente disse que o plano terá investimento direto da União e buscará investimentos de empresários brasileiros e estrangeiros. A proposta é inspirada no antigo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que na gestão anterior de Lula e da presidente Dilma Rousseff executou grandes obras.

Lula também voltou a destacar a necessidade de incluir na legislação direitos trabalhistas a pessoas que atuam como entregadores de aplicativos. Para o presidente, "cabe ao Estado garantir seguridade social" a essas pessoas. "Temos de tratá-los como seres humanos, temos de tentar fazer valer a regulação para que se tenha trabalho mais civilizado. Eu chamo de criar novo pacto entre capital e trabalho", disse.

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