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Interventor Ricardo Capelli aponta falha operacional em relatório final sobre atos em Brasília

Documento traz relatos das forças de segurança sobre invasão e depredação das sedes dos três poderes, ocorridas no dia 8 de janeiro

Emilly Melo
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O relatório sobre os atos de vandalismo cometidos em Brasília, no dia 8 de janeiro, foi divulgado nesta sexta-feira pelo interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli. O documento indica que não houve um planejamento operacional de policiamento para evitar e parar os extremistas.

Segundo os relatos das forças de segurança, o acampamento montado em frente ao Exército, no Setor Militar Urbano em Brasília, durante meses, serviu como base para os atos desde o mês de dezembro de 2022. 

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"Logo após a posse, há uma redução do acampamento. As investigações vão dizer se foi uma tática. No dia seguinte à posse, há um processo de desmobilização, mas nos dia 6 e 7, ele explode novamente. Em todos esses eventos, esses elementos saíam do acampamento, praticavam atos e depois regressavam para dentro do Setor Militar Urbano", disse Capelli. 

Falha na segurança

Capelli também afirmou que dois dias antes dos atos, a Secretaria de Segurança Pública recebeu um documento, o qual afirmava que os grupos falavam em "tomada de poder" durante as manifestações e, mesmo assim, a segurança não foi reforçada.

"E aí tá descrito tudo o que poderia acontecer. Está documentado isso. Não faltou informação. Na sexta-feira, o gabinete do secretário recebeu a informação", disse.

O interventor alega que, mesmo sabendo do risco, o comandante-geral da Polícia Militar à época não acionou batalhões que poderiam atuar na ocasião.

"O comandante encaminhou esse memorando para algumas unidades. E não acionou batalhões importantes como o [Batalhão de Operações Especiais] Bope. Não foram sequer acionados. Há falha operacional", disse.

Por outro lado, Capelli aponta que, no dia dos atos, o ex-comandante-geral, Fábio Augusto Vieira, "atuou, tentou defender as linhas, tentou defender o Congresso Nacional, atuou no STF e, apesar do esforço individual dele, tentativas de mobilizar as tropas e outros batalhões, os apelos e ordens não foram atendidos".

Resposta das forças de segurança

O relatório também aponta que, no dia 8 de janeiro, enquanto os extremistas caminhavam para a Esplanada dos Ministérios, a Polícia Militar já havia abordado pessoas com máscaras, bolas de gude e "aparatos que já manifestavam a intenção de uma ação mais violenta".

Ele também cita a demora na resposta das forças de segurança. "A quebra da linha de contenção na altura da Alameda das Bandeiras se dá por volta de 14h43. Entre as 13h até a chegada na linha de contenção, tivemos em torno de 1h40, tempo suficiente para que fosse acionado efetivo, tropas. Mas o acionamento se deu somente às 15h, quando os três poderes já estavam invadidos", disse.

O relatório final também foi protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF), para análise do ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que apuram os fatos na Corte.

A previsão inicial era de que o documento fosse entregue a Moraes na quinta-feira (26) mas, segundo a assessoria de Cappelli, a data foi adiada para esta sexta, para que fosse possível apurar mais detalhes sobre os ataques ocorridos na sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

 

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