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IBGE e prefeituras alinham apoios logísticos para realização do Censo 2022

Seminário teve objetivo de esclarecer dúvidas e estabelecer parcerias antes do início da pesquisa, em agosto

O Liberal
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e a Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará realizaram na manhã desta quinta-feira (7) um evento preparatório para o Censo 2022, com o objetivo de esclarecer dúvidas e alinhar expectativas dos gestores municipais em relação ao processo de coleta de informações demográficas que a instituição iniciará daqui 24 dias.

Durante o evento, David Montero, coordenação operacional dos censos, lembrou que o seminário técnico é importante porque os interesses da maioria dos municípios é convergente, apesar das particularidades observadas em cada um.

"O Censo pressupõe a visita a todos os locais, em todos os municípios, diferente das pesquisas amostrais. Dessa vez, vamos abordar demografia. Então diferente das investigações comuns, que vamos na indústria, nos estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço, agora nosso objeto principal de pesquisa são as casas e os apartamentos. O Pará talvez seja um dos maiores e mais icônicos estados que representam o nosso desafio, não só pela dimensão mas pelas características peculiares de acesso", conta. 

Na opinião do prefeito de Óbidos, Jaime Silva, uma questão fundamental que o Censo ajudará a esclarecer é a da divisão de territórios. Ele conta que na região do Baixo Amazonas, muitas comunidades distantes das sedes do municípios acabam sem saber a que região administrativa pertencem e isso pode confundir o planejamento dos gestores.

Ele está ansioso pelos dados, especialmente por conta do alto fluxo migratório entre o Pará e o Amazonas no oeste paraense. Por outro lado, ele acredita que a região, assim como boa parte do Brasil, empobreceu nos últimos anos.

"Como Oriximiná é um município que é minerador, ele pode oferecer muitos mais serviços do que Óbidos e acontece que algumas comunidades entram em outro município limítrofe. É uma grande dificuldade da região. É interessante isso deles terem um dispositivo com coordenadas para estabelecer o que pertence a qual município. Os dados nos ajudam a projetar e planejar ações na área de saúde e educação. Lá no Baixo Amazonas temos uma relação muito maior com o Amazonas e Manaus do que com Belém, por conta da distância, então há um fluxo muito grande dos dois lados", diz ele. 

Roberto Andrada esteve no evento representando a prefeitura de Portel e conta que o trabalho do Instituto é primordial para que o poder público chegue mesmo nos lugares mais distantes, já que nem sempre as prefeituras possuem dados atualizados disponíveis sobre localidades mais afastadas, por falta de recursos ou de infraestrutura. Ele lembra que Portel é um dos municípios mais extensos do Pará e que algumas comunidades são mais distantes da sede da cidade do que Belém.

"A expectativa é muito boa e a prefeitura sabe da importância de um censo bem feito. Temos estimativa de que o nosso está defasado, pois calculamos que hoje o município tenha 20 mil habitantes a mais que o último censo. A gente tem que conhecer cada portelense em toda a sua complexidade. Muitos deles estão fora das estatísticas e precisamos incluí-los para levar políticas públicas até eles", afirma.

Segundo Hilton Silva, da Confederação Nacional de Municípios, o Censo 2022 vem com uma carga de responsabilidade muito maior do que os anteriores, já que ele chega atrasado. Ele disse que é importante que as prefeituras ajudem na divulgação da pesquisa para que os cidadão se sintam seguros.

"O censo é de todos porque todos nós só temos a ganhar com ele. É seguro, garantimos 100% de privacidade. Nunca vimos problemas de vazamento de dados. Saber como a população mudou, como e onde vivemos e quantos somos é essencial. Isso afeta desde o nosso dia a dia até o número de deputados nos representando", afirma. 

Para o secretário executivo da Famep, Josenir Nascimento, como o censo já começa em agosto, agora é a hora de estreitar relações e garantir o apoio logístico para a realização da pesquisa, que dura até o dia 31 de outubro. Ele lembrou que os resultados impactam diretamente na arrecadação, inclusive do Fundo de Participação dos Municípios.

"Com um Censo bem feito e abrangente você vai poder ofertar, às autoridades federais, números verdadeiros do município de acordo com cada necessidade. A equipe do IBGE é bem sisuda com relação a isso, mas tem coisas que não da pra fazer sozinho. Tem lugares que é difícil chegar e o recenseador só vai conseguir chegar com apoio da prefeitura, principalmente nas comunidades extrativistas. O IBGE tem uma dificuldade tremenda de ir até elas, por conta da logística. È importante esse alerta, pois o grande beneficiário de tudo isso é o município", destaca.

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