Familiares de autistas comemoram lei que obriga cinemas a fazerem sessões especiais

A advogada Taísse de Oliveira, mãe de Moisés Soares de Oliveira Neto, uma criança autista de dois anos, considera a sanção da Lei que obriga os cinemas do Pará a realizarem sessões especiais para as pessoas com autismo como uma conquista de familiares e ativistas da causa. A proposta, aprovada pela Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) e, em seguida, oficializada pelo governador Helder Barbalho, foi feita pelo deputado Fábio Figueiras (PSB).

VEJA MAIS

Para Taísse, a legislação vem agregar mais uma vitória aos diretos dos autistas, pois "quantos autistas tinham vontade de ir ao uma sessão de cinema e não conseguiam por conta do som e luzes muito fortes”, comemora.

“Eu acredito que não existe motivos para que os cinemas não respeitem a lei, pois não têm nada a perder. Muito pelo contrário. Com isso eles têm muito a ganhar, pois a comunidade de autistas só vem crescendo”, conclui.

De acordo com Fábio Figueiras, o acesso de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ao cinema não é uma tarefa simples. "A hiperatividade, a sensibilidade auditiva e visual, a dificuldade de concentração e a necessidade de permanecer sentado por longo tempo toma uma sessão convencional de cinema, para essas pessoas, um desafio por vezes intransponível", afirma.

A reportagem tentou contato com as empresas operadoras de salas de cinema na capital. A Moviecom Cinemas mandou uma nota à redação dizendo que "seguirá a determinação da lei 9.535, de 27 de abril de 2022, e, dentro do prazo estipulado ou antes, iniciara as exibições das sessões". A empresa disse que já realiza sessões de cinema direcionadas a pessoas com TEA, mas não informou a periodicidade. No entanto, a experiência, segundo a Moviecom, resulta em conhecimento de como atender esse público. Nessas sessões, diz em nota, as luzes são mais brandas, o volume é reduzido e não há trailers, a exibição indo diretamente ao filme em cartaz.