Denúncias de racismo dentro do governo federal cresceram 94% em 2023, aponta CGU
Onde mais houve denúncias de racismo neste ano foi na Polícia Federal, Ministério da Mulher e no INSS

Ao longo de cinco meses da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram registradas 394 ocorrências de denúncias de racismo dentro do governo federal, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU). O número representa um aumento de 94% em relação ao mesmo período do ano passado. A atual média é de três denúncias por dia; até fevereiro, havia, em média, duas notificações diárias.
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O levantamento da CGU aponta que, nos últimos quatro anos e cinco meses, ou seja, todo o governo de Jair Bolsonaro (PL) somado aos cinco meses de governo Lula, foram registradas 2.646 denúncias de racismo no Executivo. Desse total, 1.922 foram concluídas e 658, arquivadas.
O ápice de casos desse tipo foi em 2020, no governo Bolsonaro; entre janeiro e maio daquele ano, foram 675 denúncias. A maioria delas partiu da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), com destaque especial para a então Superintendência de Trens Urbanos de Belo Horizonte, privatizada para o Grupo Comporte em dezembro do ano passado.
Divisão por órgão
Ainda de acordo com os dados atuais, onde mais houve denúncias de racismo neste ano foi na Polícia Federal (29), Ministério da Mulher (28) e no INSS (19). Confira o restante da lista:
- Ministério da Educação e Ministério dos Direitos Humanos: 16
- Universidade Federal de Minas Gerais e Ministério do Trabalho e Previdência: 13
- Presidência da República, Controladoria-Geral da União e Ministério da Saúde: 10
Um dos motivos para órgãos como a Polícia Federal e o Ministério dos Direitos Humanos estarem no topo do ranking é que, muitas vezes, denunciantes procuram por instituições que têm políticas relacionadas ao tema, segundo a CGU.
“O fato de determinado órgão ou entidade receber denúncia de assédio não necessariamente significa que o ato relatado tenha ocorrido naquele ambiente ou que tenha sido realizado por servidor daquele local”, explicou a Controladoria.
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