CPI do Crime Organizado: relator cobra de Lewandowski combate ao tráfico nas fronteiras
Diante do ministro, o relator fez críticas a magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), Corte a qual Lewandowski fez parte
O relator da CPI do Crime Organizado no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), cobrou do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, propostas para combater o tráfico nas fronteiras brasileiras. Lewandowski, em resposta, afirmou que a solução é "dinheiro, dinheiro e mais dinheiro", classificando os valores atuais para o setor como "pífios".
A cobrança de Vieira foi a primeira feita na sessão desta terça-feira, 9. Ele destacou que o volume de drogas e armas não entra no país por meios simples, mas exige infraestrutura, questionando a efetividade do combate atual.
O ministro Lewandowski mencionou a tentativa do governo federal de constitucionalizar o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP). O objetivo é garantir que essa verba seja perene, não contingenciável e que possa irrigar todo o sistema de segurança.
Financiamento da segurança: valores insuficientes
Segundo Lewandowski, o repasse que o FNSP recebe ainda é insuficiente. "Em 2022 tínhamos 2,003 bilhões no FNSP. 2025 tivemos um ligeiro aumento, de 2,439 bilhões. Aumento de meio bilhão. Isso não é nada", disse o ministro.
Relator critica magistrados do STF
Diante do ministro, o relator Alessandro Vieira fez críticas a magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), Corte da qual Lewandowski já fez parte, sem citar nomes.
Vieira afirmou: "Temos ministros que acham normal, cotidiano, caronas em jatinho, jatinho pago pelo crime organizado, entra no jatinho, vai para uma viagem paga pelo crime organizado, acessa a um evento de luxo, se hospeda, come, bebe e retorna a Brasília para julgar nessa Corte superior".
CPI adota postura diferente em investigações
Lewandowski veio à CPI a convite para apresentar um "diagnóstico fidedigno da ameaça" à segurança pública nacional e "avaliar a eficácia das políticas públicas em vigor".
Durante a sessão, Alessandro Vieira avisou que não fará prisões por falso testemunho, mesmo chamando investigados como testemunhas. Ele classificou essas prisões como algo que "só serve para tirar foto e render manchete em jornal de baixa qualidade".
O relator destacou que esta CPI tem uma característica diferente, buscando "respostas para construir alguma coisa" e não focando no "efeito midiático". Ele afirmou que não farão "situações que beiram o abuso de autoridade, o ridículo, sem nenhum tipo de resultado efetivo".
Essa declaração de Vieira foi uma resposta ao senador Eduardo Girão (Novo-CE), que criticou a sessão esvaziada.
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