Censo 2022: IBGE inicia coleta entre indígenas do Pará

Serão visitadas 75 etnias indígenas em solo paraense, com maior concentração populacional no Sudoeste do Estado

O Liberal
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Começou nesta quarta-feira (10), a coleta de informações em Terras Indígenas (TI’s) para o Censo Demográfico 2022, coordenado pelo Instituto Brasil de Geografia e Estatística (IBGE). As primeiras terras indígenas a serem visitadas no território paraense são Sai-Cinza (estima-se 140 domicílios), onde estará atuando a recenseadora Dayane Kirixi; e a aldeia Kaba Biorebu (seis domicílios), com o acompanhamento da recenseadora Joanice Munduruku. Ambas as áreas são da etnia Munduruku.

Ainda de acordo com informações de divulgadas pelo IBGE, a coleta também está iniciando na TI Andirá-Marau, na região do município de Aveiro, onde o Censo 2010 apontava uma população de 11.321 indígenas residentes do povo Sateré Mawé. Outra que está começando o seu recenseamento é a aldeia Açaizal (habitada por Munduruku), no planalto santareno.

O analista censitário José Maria Costa Júnior, antropólogo da unidade do IBGE no Pará que tem acompanhado junto ao Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais (GT-PCT’s) todo o planejamento da coleta voltado para a população indígenas, observa que existem 75 etnias vivendo no Estado. Há registro de 51 línguas indígenas sendo utilizadas por essas populações.

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Para esse trabalho de coleta de dados, o IBGE conta com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), formalizado por meio de um Acordo de Cooperação Técnica, com efeito em todo o território em nível nacional.

Pelo Censo Demográfico 2010, a população indígena do estado do Pará era de 33.133 pessoas.

Veja como essa população está distribuída

  • A macrorregião Sudoeste (que inclui as microrregiões de Itaituba e Altamira) era a de maior concentração de indígenas: 11.493.
  • Em segundo lugar, vinha o Sudeste paraense (microrregiões: Tucuruí, Paragominas, São Félix do Xingu, Parauapebas, Marabá, Redenção e Conceição do Araguaia), com uma população indígena de 9.179 pessoas.
  • A terceira maior população de indígena era a da macrorregião do Baixo Amazonas, com 6.626 indígenas (microrregiões: Óbidos, Santarém e Almeirim);
  • Em 4º lugar, vinha a Região Metropolitana de Belém, com 3.572 indígenas (microrregiões Belém e Castanhal);
  • No 5º lugar, aparecia o Nordeste paraense, com 2.107 indígenas (microrregiões: Salgado, Bragantina, Cametá, Tomé-Açu, Guamá); e
  • Em 6º e último lugar, tinha-se o Marajó, com 156 indígenas.

José Maria Costa Júnior lembra que a coleta em terras indígenas tem calendários próprios em razão de condições de acesso, períodos de interdição, entre outras questões. Sendo assim, nem todas as áreas começarão no dia 10 de agosto. “Na terra indígena (TI) Andira-Marau, no município de Aveiro, por exemplo, a coleta inicia no dia 08 de agosto. Existem outras TIs onde as equipes vão iniciar a coleta só em setembro”, exemplifica.

Warao

Também serão contados como povos indígenas pelo Censo Demográfico 2022 os Warao, de origem venezuelana. A agenda de coletas dessa população no Pará está prevista para o mês de setembro e contará com o apoio da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), em Belém (PA), que já realizou vários eventos de capacitação voltados para os servidores da coordenação técnica estadual do Censo 2022, no Pará.

Censo indígena

Segundo o IBGE, o Censo Demográfico vai produzir um retrato atualizado da realidade dos povos indígenas no Brasil, mostrando como vivem os povos indígenas, suas diferentes formas de organização social, costumes e línguas.

A primeira etapa da coleta das informações censitárias entre os indígenas é a reunião de abordagem, que se dará entre os recenseadores do IBGE e as lideranças, em cada aldeia ou comunidade indígena. Nessa reunião, os representantes do IBGE apresentam e explicam o que é o Censo Demográfico, além de solicitar o apoio das lideranças e membros da comunidade para a realização da pesquisa.

Em seguida, será a aplicação de um questionário sobre a aldeia ou comunidade indígena, chamado de Questionário de Abordagem em Agrupamento Indígena, com perguntas sobre a infraestrutura, como acesso a água, energia, escolas, postos de saúde, espaços rituais, recursos naturais, entre outros. Esse questionário é aplicado à liderança política do agrupamento indígena.

Na etapa sobre Educação, são solicitadas informações sobre professores indígenas e não-indígenas; línguas faladas; material didático e merenda escolar. São também investigados os hábitos e práticas da comunidade, como existência de extrativismo/coleta; roça; criação de animais; caça e pesca; e artesanato. Em seguida, os recenseadores iniciam as visitas domiciliares, indo a todas as habitações para realizar as entrevistas junto às famílias residentes.

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