Carla Zambelli pede a influenciadores campanha contra ministro de Justiça da Itália
Parlamentar, presa em Roma, pediu a Allan dos Santos e Paulo Figueiredo que mobilizem seguidores contra o ministro italiano responsável por sua extradição

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde 29 de julho, enviou uma carta a familiares na qual pede ajuda dos influenciadores Allan dos Santos e Paulo Figueiredo para mobilizar seguidores nas redes sociais em sua defesa.
“Tenta fazer uma campanha para as pessoas comentarem no perfil dele e pedirem por mim. Fala com Allan dos Santos e Paulo Figueiredo para ajudarem o público dele”, escreveu Zambelli, em documento enviado no dia 2 de agosto e obtido pelo jornal Folha de S.Paulo.
O apelo é direcionado a Carlo Nordio, ministro da Justiça da Itália. Cabe ao órgão comandado por ele decidir se Zambelli continuará presa durante o processo de extradição ao Brasil ou se poderá responder em liberdade. Segundo o Estadão, o trâmite pode durar de um ano e meio a dois anos.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por solicitar a um hacker a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o objetivo de forjar um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A decisão do STF também determinou a perda de seu mandato na Câmara. Após a sentença, a deputada deixou o Brasil e passou a ser considerada foragida da Justiça.
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Ela foi presa em Roma no dia 29 de julho e passou por audiência de custódia em 1º de agosto, quando a Justiça italiana decidiu manter sua detenção. Zambelli está custodiada na penitenciária de Rebibbia, na capital italiana.
Assim como Zambelli, Allan dos Santos também é alvo de um mandado de prisão no Brasil. Já Paulo Figueiredo foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em uma investigação sobre tentativa de golpe de Estado. Ele é próximo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e tem atuado internacionalmente para buscar apoio de autoridades estrangeiras contra decisões do Judiciário brasileiro.
Além da condenação por envolvimento no ataque hacker, Zambelli também é ré por empunhar uma arma contra um homem em São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. O julgamento por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal está paralisado após pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques. No entanto, já há maioria formada no STF para sua condenação.
Em paralelo à extradição, tramita na Câmara dos Deputados um processo que pode levar à cassação do mandato da parlamentar. O caso está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
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