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Ricardo Salles vira réu no STF por suposto esquema de contrabando florestal no Pará

Ex-ministro do Meio Ambiente responderá por facilitação de exportações ilegais de madeira no Pará, em caso investigado desde 2020

Hannah Franco

O ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação em um esquema de facilitação de contrabando de produtos florestais. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (4/9) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, após manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A ação está relacionada ao período em que Salles comandava o Ministério do Meio Ambiente, durante o governo Jair Bolsonaro. A denúncia aponta que servidores da pasta, supostamente indicados por Salles, teriam atuado para favorecer ilegalmente empresas do setor madeireiro, especialmente na região de Altamira, no Pará.

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A investigação teve início com uma notícia-crime protocolada em 2020 pelos senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Fabiano Contarato (PT-ES), e pelos ex-deputados Joenia Wapichana (Rede-RR) e Alessandro Molon (PSB-RJ).

O documento se baseou em um vídeo da polêmica reunião ministerial de abril de 2020, onde Salles sugeriu que o governo aproveitasse o foco da imprensa na pandemia da Covid-19 para “ir passando a boiada”, referência a medidas de desregulamentação ambiental.

Segundo a Polícia Federal, o esquema envolvia um despacho ministerial que liberava a exportação de produtos florestais sem a exigência de autorização, facilitando o envio irregular de madeira para o exterior, incluindo Estados Unidos e países da Europa.

Em 2021, ainda sob investigação, Ricardo Salles deixou o cargo de ministro. No mesmo ano, a Polícia Federal deflagrou uma operação que afastou dez agentes públicos envolvidos no caso, entre eles nomes ligados ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ibama.