Para Zelensky, Lula pode ajudar no processo de paz ao reunir presidentes da América Latina
Embora saiba que "Lula não dará armas ao país", o líder ucraniano diz que o Brasil pode ajudar no processo de desminagem
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ajudar no processo de paz na Ucrânia ao tentar unir os presidentes da América Latina para um encontro, na opinião do presidente do país, Volodymyr Zelensky. Ele deu entrevista à GloboNews e disse que espera encontrar o líder brasileiro, caso seja convidado, e que há outros meios de o Brasil ajudar os ucranianos.
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Zelensky ainda afirma que sabe que Lula não dará armas ao país, mas diz que o Brasil pode ajudar no processo de desminagem. "Não pretendo pedir a Lula que me dê armas. Por que faria isso? Sei que ele não vai me dar", declarou.
Ele acusa a Rússia de colocar minas terrestres em campos de plantação de trigo e ressalta que o governo brasileiro pode fornecer equipamentos especializados para que "os fazendeiros não tenham medo de morrer".
"Primeiro, preciso de coisas bem concretas. Que ele una a América Latina e nos dê oportunidade de fazer uma reunião e conversar. Segundo, há crime de agressão contra nossa soberania e integridade territorial. Sei que Lula e os brasileiros apoiam a soberania da Ucrânia e precisamos desse apoio", pontuou Zelensky.
Encontro
Os presidentes da Ucrânia e do Brasil ainda não se reuniram pessoalmente, mesmo tendo comparecido aos mesmos eventos internacionais nos últimos meses. "Se não nos encontramos, significa que há algo errado entre os nossos povos", afirmou o ucraniano. "Não entendo a razão de não nos reunirmos", continuou.
O presidente da Ucrânia também comentou que chamou o colega brasileiro para visitar Kiev, mas disse que o convite foi negado. Ele ainda declara que uma reunião com Lula é essencial para melhorar e fortalecer a relação entre os países. "Já que o líder forma a opinião do povo que o elegeu, é importante que o líder me ouça", defendeu.
Visita ao Brasil
Caso seja convidado pelo presidente Lula, Zelensky garante que virá ao Brasil. "A América Latina é muito importante para mim, especialmente o Brasil, e outros países", afirmou. "Se não estivermos em um momento difícil no campo de batalha, porque meu país é prioridade, se naquele momento eu puder sair, farei isso, sim".
O ucraniano ainda disse que, caso a reunião aconteça, contará com a ajuda do brasileiro para convidar outros países para a reunião. "Podemos todos nos reunir no Brasil, ou em outro país [da América Latina]", afirmou.
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