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Lula denuncia 'matança' na megaoperação policial no Rio e pede investigação

Presidente defende ouvir a versão de outros setores, além do governo do Rio de Janeiro

France Press

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (4), que a megaoperação policial contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos na semana passada, foi "uma matança" e pediu uma investigação.

"Houve a matança. Eu acho que é importante a gente verificar em que condições ela se deu", declarou Lula em Belém, no Pará, durante entrevista à AFP e a outras agências internacionais de notícias.


"Até agora temos uma versão contada pelo governo do estado e tem gente que quer saber se tudo aquilo aconteceu do jeito que eles falam", acrescentou.

Pelo menos 117 supostos criminosos e quatro policiais morreram na operação da última terça-feira contra o Comando Vermelho no Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, na zona norte da cidade.

O governador Cláudio Castro (PL), que ordenou a operação, classificou como "um sucesso" a operação contra o "narcoterrorismo".

Dezenas de corpos foram expostos na Praça São Lucas, no Complexo da Penha, após serem recuperados por moradores no dia seguinte à operação.

Após a incursão, Lula defendeu um trabalho coordenado entre órgãos estaduais e federais, sem mencionar os números trágicos de mortos.

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Foram identificados 99 dos 117 civis que morreram na operação.

Acusado por parte de seus eleitores de ser leniente frente à insegurança, o presidente aprovou ainda na quinta-feira uma lei que reforça o combate ao crime organizado. A atuação policial gerou indignação entre organizações de direitos humanos. A ONU exigiu uma investigação imediata.