Governador do Acre se torna réu em suposto esquema de corrupção
Além de Cameli, a PGR denunciou outras 12 pessoas, incluindo empresários, servidores e familiares do governador, como sua ex-mulher, dois irmãos e dois primos.
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta quarta-feira (15), de forma unânime, tornar réu o governador do Acre, Gladson Cameli, por suposto envolvimento em uma esquema de desvio de recursos públicos, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Apesar disso, os ministros rejeitaram o pedido de afastamento de Cameli de suas funções, o que significa que ele permanecerá no cargo enquanto enfrenta o processo judicial.
Além de aceitar a denúncia da PGR, a corte determinou a indisponibilidade dos bens do governador e a manutenção das medidas cautelares previamente impostas, as quais não foram detalhadas durante o julgamento.
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A acusação da PGR, datada de novembro do ano anterior, imputa a Cameli os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, peculato e fraude a licitação. Alega-se que o governador liderou um esquema de fraudes em licitações para obras públicas no Acre, resultando em um prejuízo estimado em pelo menos R$ 150 milhões.
Em sua declaração pública, o governador afirmou ter recebido com serenidade a decisão do STJ, ressaltando que a negativa do afastamento preserva o mandato que lhe foi conferido legitimamente pelo povo do Acre. Ele enfatizou que sua defesa terá espaço para esclarecer os fatos e afirmou estar confiante na correção das eventuais falhas da investigação.
Além de Cameli, outras 12 pessoas foram denunciadas pela PGR, incluindo empresários, servidores e familiares do governador, como sua ex-mulher, dois irmãos e dois primos.
A denúncia da PGR está relacionada a um contrato firmado em 2019 entre o governo do Acre e uma empresa de engenharia do Distrito Federal chamada Murano, no valor de R$ 24,3 milhões, para serviços de manutenção predial. A investigação sugere que a contratação ocorreu de forma irregular, visando beneficiar empresas ligadas ao governador e seus familiares.
A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que o esquema possibilitou a contratação "indireta" da empresa vinculada aos parentes de Cameli, configurando uma tentativa de simular uma contratação legal sem licitação. As investigações indicaram sobrepreço e superfaturamento no contrato, além de desvios de recursos públicos em benefício da família do governador.
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