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Uso de chumbinho pode ter causado mortes de cães em Igarapé-Miri, diz OAB

Pelo menos, seis cães foram encontrados mortos na Vila Maiauatá, zona rural do município

O Liberal

Ao menos seis cães foram encontrados mortos na quarta-feira (30), na Vila Maiauatá, zona rural do município de Igarapé-Miri, no nordeste do Pará. A principal suspeita é o uso de chumbinho, substância tóxica de uso ilegal, segundo o advogado Wellington Santos, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil do Pará (OAB-PA), que acompanha o caso. Diligências policiai​s continuam sendo realizadas nesta quinta-feira (1º). Os dados poderão ser atualizados ao final do dia. A suspeita é de que o número de animais mortos seja muito maior, afirma o advogado, que conversou com a reportagem do Grupo Liberal.

“Com relação ao envenenamento, as provas são nítidas, porque os vídeos mostram os cães em convulsão e espumando pela boca. E também existe o vômito dos animais, que, nitidamente, aparece o chumbinho em uma das várias filmagens das denúncias”, afirmou. “De concreto mesmo, a polícia conseguiu descavar seis cães”, disse o advogado. Os corpos dos animais foram localizados enterrados e já estão sendo submetidos a necropsia e perícia pela Polícia Científica.

Segundo protetores que atuam na área, cerca de 100 animais estão desaparecidos, número que ainda será confirmado pelas equipes de buscas. “A proteção animal tem, em média, uma estimativa de que possa se encontrar até 20 animais mortos”, disse Wellington.

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A ação envolve ainda a Polícia Civil, a Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), o Ministério Público e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) de Igarapé-Miri.

“Nós fomos o primeiro órgão que foi acionado e, de manhã cedo, acionamos o Ministério Público, a Demapa, e falamos também com o Diretor de Polícia do Interior, o delegado Hennison Jacob. E ele acionou a polícia de Igarapé-Miri, que saiu em diligências e foi ao local para preservar as provas”, detalhou o advogado.

Falta de políticas públicas

Além da gravidade do crime, segundo o advogado, o caso expõe a ausência de políticas públicas voltadas ao bem-estar animal no município. “A prefeitura não tem castração, não tem vacinação, não tem apoio ao abrigo. Não existe isso lá na região”, denunciou o representante da OAB-PA.

O advogado também apontou a falta de sensibilidade de parte da população em relação aos animais abandonados. “Os próprios moradores daquela região maltratam animais. Já há tempos atrás, ocorreram diversas outras mortes. A população também deixa de alimentar”, destacou. “Há uma visão equivocada de que alimentar estimula a superpopulação de animais, mas o problema está na falta de políticas públicas”, acrescentou.

Responsabilização dos suspeitos

A Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais vai acompanhar o caso judicialmente e buscar responsabilização dos autores do crime. “Recebemos diversas denúncias de protetores indicando pessoas que sejam, possivelmente, um suspeito. Mas quem vai apurar é a polícia e o Judiciário”, explicou Wellington. “Esse tipo de crime tem pena de prisão de 2 a 5 anos de reclusão, inclusive com aumento de pena em razão da morte do animal. É uma somatória de penas para o acusado vir a responder e, possivelmente, ser punido na forma da lei", declarou o advogado Wellington Santos.

Polícia