Suspeito de ter envolvimento com grupos de extermínio na capital, Cabo Leno é preso em Belém

Policial estaria envolvido em diversos assassinatos ocorridos na capital

Redação integrada de O Liberal

Foi preso no início da manhã desta quarta-feira (30) o cabo Heleno Arnaud Carmo de Lima, conhecido como "Cabo Leno'. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Corregedoria da Polícia Militar do Pará  na noite desta terça-feira, sob suspeita de integrar grupos de extermínio que atuam no Estado. O policial é acusado de estar envolvido nas últimas chacinas ocorridas em Belém. Ele foi detido na residência de sua mãe, no bairro do Una, ainda em Belém.

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o policial ( de boné amarelo) canta alguns trechos de uma canção própria, que teria relação com os assassinatos em Belém. "Ele é pior do que capeta, ele é pior do que o Bin Laden. Leno na cidade não tem pra ninguém. Ele vai matar, ele vai deitar, ele vai aterrorizar". O vídeo serviu para substanciar a acusação feita junto à Justiça.

Assista:

ACUSADO

Sob o cabo recai a acusação de envolvimento em uma série de homicídios que ocorreram na Região Metropolitana de Belém nos dias 20 e 21 de janeiro de 2017, que vitimou 27 pessoas. Ele é investigado também pelos crimes de organização de grupo para a prática de violência, intitulado "Milícia da Pedreira", de envolvimento com traficantes, de prática de homicídio, de fornecimento de armamentos e munições, e extorsão.

O PM é suspeito, ainda, de colaborar com arrombamentos de residências e outros crimes. 

O PM foi detido em setembro de 2017, junto com outros seis suspeitos de integrar o grupo de extermínio. Ele chegou a cumprir cinco meses de detenção, mas teve a liberdade provisória concedida pela Justiça com algumas medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento em residência durante à noite e proibição de sair do Estado. 

A prisão preventiva do PM foi decretada pela Justiça Militar, que encontrou evidências de que o cabo está voltado às práticas de crimes em grupos de extermínio e ameaças indiretas a agentes públicos. 

EM REDES SOCIAIS

Um dos indícios apontados pela Justiça Militar para justificar a prisão preventiva foi a própria postagem do vídeo divulgado nas redes sociais do cabo - no qual mostra o cabo o policial canta alguns trechos de uma canção própria, que teria relação com os assassinatos em Belém.

 "O Sistema de Segurança Pública do Pará age com algumas vertentes. O policial que age dentro da legalidade, com bravura, é condecorado, como já aconteceu; As famílias dos policiais que infelizmente faleceram em ação receberam todo apoio psicológico e médico; Os policiais que em algum momento durante suas atividades tiveram que atirar e revidar uma justa agressão também estão acobertados pela lei. Porém, os policiais que resolverem agir à margem da lei, terão o rigor da lei. Nós não podemos admitir que policiais possam expor a própria instituição e também trazer o terror para a população, nós não podemos aceitar este tipo de atitude", assegurou o secretário de Segurança Pública do Estado do Pará, Ualame Fialho Machado.

"Um policial gravar um vídeo dizendo que vai matar, vai aterrorizar é uma afronta ao Estado Democrático de Direito", frisou. 

Outros fatores foram determinantes para a decretação da prisão preventiva do PM. Segundo o secretário, ele desobedeceu uma série de medidas as quais estava condicionado durante cumprimento de liberdade provisória.

"Quando concedeu liberdade provisória, o juiz militar colocou algumas restrições, como tornozeleiras, não frequentar estabelecimentos, não sair à noite, se recolher após tal horário, dentro outros. Tudo isso vinha sendo descumprido pelo cabo Leno. O que agravou a situação foi justamente, além de descumprir as medidas estabelecidas pelo judiciário, ainda gravou vídeos e áudios com tom de ameaça e incitação ao crime", complementou.

EM SANTA IZABEL

O cabo foi apresentado ainda nesta quarta-feira  no Centro de Recuperação Coronel Anastácio das Neves (CECAN ), no município de Santa Izabel, Região Metropolitana de Belém. 

Em 2017, após investigação e operação das polícias Civil e Militar, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) denunciou 14 pessoas, entre elas sete policiais militares, pela onda de homicídios que ocorreu em janeiro daquele ano. Foram cumpridos 25 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão em diversos pontos da RMB. Também foram apreendidas duas motocicletas, 11 armas de fogo e três carros de cor prata. 

Outros seis policiais militares foram acusados pelo MPPA em 2017 junto com o cabo Leno pelos crimes de extermínio: cabo Wesley Favacho Chagas; sub tenente Marco Antonio dos Santos Cardoso; soldado Reutman Coelho Spindola; soldado Michel Megaron Nascimento do Nascimento; cabo Romero Guedes Lima e cabo Heleno Arnaud Carmo de Lima. 

No dia 13 de fevereiro ocorrerá o interrogatório dele na Justiça Militar por crime de milícias.

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