CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X
logo jornal amazonia

Quase nove anos após crime que vitimou agente de trânsito, família lamenta lentidão da Justiça: 'Impotência'

Adauto Melo foi atropelado e morto em serviço pelo militar da aeronáutica Vitor Hugo Carvalho da Rocha

Ana Carolina Matos
fonte

Quase nove anos se passaram desde que a família do agente de trânsito Adauto da Cruz Melo foi marcada para sempre. Ele foi morto em serviço pelo militar da aeronáutica Victor Hugo Carvalho da Rocha, que fazia um racha na noite do dia 26 de dezembro de 2011. Na época com 45 anos, a vítima foi atingida em cheio pelo veículo na avenida Almirante Barroso, próximo à travessa Humaitá. De lá para cá, o condutor que virou réu continua impune e a família lamenta a morosidade do processo.

Irmã da vítima, Célia Pinto, de 55 anos, conta que havia um julgamento marcado para o último 27 de outubro, mas foi cancelado. "Nem chegamos a ser informados e ficamos sabendo porque eu fui pesquisar. Liguei para o Ministério Público e para a Secretaria da 3ª Vara cobrando, mas não deu nem tempo de nos comunicarem. Logo soubemos que foi cancelado", explica. 

Desta vez, a pandemia de coronavírus foi a justificativa. "O promotor está com problema de covid-19 na família e foi afastado e não teria outro promotor para substituir, por isso pediu o cancelamento alegando que era do grupo de risco. Essa justifica a gente compreende, mas não compreendo como um processo pode levar nove anos para ser julgado. Se passaram oito anos sem a covid", lamenta.

A decisão interlocutória sobre o cancelamento, que data do dia 22 de outubro, foi publicada pelo Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) e assinada pela juíza Angela Alice Alves Tuma. O documento diz que o ato "deve ser pautado para o próximo período de julgamentos do juízo", mas não há uma nova data confirmada.  

A familiar descreve a espera de forma direta: "É uma sensação de impotência, de não ver a justiça acontecer". Célia diz ainda não entender como pode um processo levar tanto tempo. "Foi um crime que chocou todo mundo, deixou todo mundo abalado. Saber que foi um cometido por motivo fútil, praticando racha... Ele (o processo) tem todos os elementos para julgamento, o inquérito foi concluído em pouco tempo, com todas as comprovações. Então não tem justificativa que pareça lógica. São quase nove anos", critica.

Relembre o caso

Soldado da aeronáutica, Victor Hugo Carvalho da Rocha é acusado de atropelar e matar Adauto da Cruz Melo no dia 26 de dezembro de 2011, na avenida Almirante Barroso, no bairro do Marco. Segundo os autos do processo, o réu vinha em alta velocidade quando colidiu com o veículo de uma família no local. Na hora do fuga, o acusado desobedeceu a ordem de parada do agente de trânsito e o atropelou. A vítima morreu no local. Na época, foi constatado que Victor Hugo estava embriagado e portava drogas no veículo. Ele chegou a ser preso preventivamente por cinco dias após o crime, mas foi liberado.

Um laudo pericial assinado pelo perito criminal Paulo Sérgio Ozela constatou ainda que o veículo do acusada estava a uma velocidade de quase 120 km/h na hora da colisão, duas vezes o permitido, na época, para trafegabilidade na via.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Polícia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM POLÍCIA

MAIS LIDAS EM POLÍCIA