Polícia Civil abre inquérito para investigar possível extermínio de cães na UFPA

Após três corpos serem encontrados boiando no rio que banha o campus, ONG denúncia desaparecimento de pelo menos outros 13 animais

João Paulo Jussara
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Após três corpos de cachorros serem encontrados em sacos, boiando no rio da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, um inquérito policial foi instaurado pela Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa) da Polícia Civil para investigar o caso. De acordo com o Projeto Peludinhos, que trata dos animais que vivem no campus, pelo menos outros 13 cães estão desaparecidos. Testemunhas serão ouvidas na próxima semana.

A coordenadora do projeto, Elizabete Pires, contou que dois corpos foram encontrados no dia 8 de outubro, enquanto um voluntário da equipe praticava remo no rio que banha a universidade. O outro foi achado no último dia 24 de outubro. "A pessoa que cometeu o crime colocou o corpo dentro de um saco e jogou no rio, mas deu azar, porque ele engatou em um tronco próximo à ponte. Quando a maré secou, ficou muito evidente a crueldade que fizeram", diz.

Elizabete afirma que os primeiros desaparecimentos começaram a ser registrados no início do ano, mas foi no período de pandemia, por conta do baixo movimento no campus, que os casos apareceram com mais frequência. Primeiro, sumiram alguns cães idosos que costumavam ficar na mesma área, onde recebiam água, comida e tratamento de saúde diariamente. Depois, alguns filhotes também desapareceram.

Ela diz ainda que recebeu denúncia informando que uma cadela havia sido vista sendo levada por um carro de dentro da instituição. "Começamos a fazer uma planilha de animais desaparecidos para que pudéssemos procurar eles na UFPA e no entorno, nas feiras próximas. E são 13 desaparecidos. O último que desapareceu foi justamente essa da frente do abrigo, que alguém viu ela saindo de um carro. Aconteceu no final de outubro e a gente sabe que tem alguém envolvido nisso", pontua.

Elizabete e os voluntários do grupo que encontraram os corpos registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil para que o caso seja apurado. A Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA) também acompanha o caso. Agora, os protetores querem que a universidade ajude nas investigações, cedendo imagens das várias câmeras espalhadas pelo campus.

"Não há dúvidas de que alguém está fazendo isso. Eu repassei para a delegada todos os pontos onde eles ficavam. Nós somos muito bem organizados e estruturados dentro do projeto, então não é possível que em todos esses lugares não tenha uma câmera", diz. "Tem alguma coisa errada, a gente precisa descobrir o que está acontecendo".

O delegado Waldir Freire, titular da Demapa, informou que um inquérito policial foi instaurado para investigar as denúncias. "No momento não podemos adiantar muita coisa, porque vamos colher os depoimentos essa semana. Temos a oitiva de algumas pessoas e pra não ter qualquer tipo de interferência a gente prefere se manifestar somente depois de ouvir essas pessoas, para não atrapalhar as investigações. Realmente precisamos ter provas maiores e por isso estamos fazendo diligências e buscas", concluiu.

Em nota enviada à reportagem a UFPA informou que o serviço de vigilância da universidade não recebeu qualquer denúncia ou registro de ocorrência de maus tratos de animais no campus. "As câmeras disponíveis também não registraram qualquer ocorrência", diz a instituição.

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