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Paraense morta nos EUA: morte da jovem completa dois meses nesta segunda-feira (27)

Após todo esse tempo, o corpo de Anna Laura Costa Porsborg continua desaparecido

O Liberal
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A morte da paraense Anna Laura Costa Porsborg, de 22 anos, natural de Santarém, oeste do Estado, completa dois meses nesta segunda-feira (27). Segundo a família e as autoridades envolvidas no caso, ela teria sido morta por Luís Antônio Gomes Akay, com quem tinha um relacionamento. Os dois passeavam durante o recesso do Natal na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, quando o crime ocorreu. Até o momento, o corpo da jovem não foi localizado e Luís continua preso sob tutela da Justiça estadunidense. A redação integrada de O Liberal tentou conversar com os familiares da vítima, mas eles preferiram não comentar nada para que as investigações do caso não fossem prejudicadas.

O caso chegou ao conhecimento das autoridades brasileiras no final do mês de dezembro do ano passado. No dia 30 daquele mês, a mãe de Anna, Erbena Costa, compareceu à Delegacia da Polícia Federal em Santarém informando o desaparecimento da filha, que já tinha dois dias, em 28 de dezembro. A paraense era soldada no exército dos Estados Unidos (US Army) e residia nos EUA há seis anos. Ela morava na base do Exército Americano, no estado de Virgínia, onde fazia treinamento antes de desaparecer.

Dias após o crime ter sido cometido, a PF comunicou que Luís “não teria aceitado o fim do relacionamento e confessou o assassinato”. Entretanto, ainda segundo a polícia, inicialmente ele não disse onde supostamente escondeu o corpo da paraense, “ na esperança de não ser condenado”.

A colaboração do suspeito veio pouco tempo depois, já no início deste ano. No dia 3 de janeiro, ele confessou o crime. Somente quatro dias depois, em 7 de janeiro, Luís teria feito um acordo com a polícia americana para revelar onde ocultou o cadáver. Com o trato proposto pelos policiais consistia no pagamento de uma fiança para que pudesse aguardar o julgamento em liberdade, ele finalmente concordou em falar. O valor estabelecido para essa fiança é de U$ 2 milhões, o equivalente a quase R$ 10 milhões.

Um comunicado da polícia de Los Angeles repassado aos familiares da paraense dizia que, além de confessar o crime, Luís revelou que escondeu o corpo da paraense em uma região montanhosa. Contudo, as buscas têm sido lentas devido às condições de acesso à área e ao clima chuvoso registrado naquele período.

Relação entre Luís e Anna

Uma das primas de Anna Laura esclareceu que Luís não era noivo e nem namorado da soldada. De acordo com a familiar, apesar do casal não se ver com tanta frequência, Luís seria apenas um “ficante” e estaria “obcecado” por Anna. O motivo dos dois não se virem com regularidade, seria a distância. Uma vez que Luís morava em Nova Jersey, a quase 700 quilômetros longe da casa da santarena.

Os encontros aconteciam no máximo uma ou duas vezes por mês. Contudo, os parentes disseram que ele se mostrava ciumento e controlador com Anna.

Eles se conheceram há dois anos, nos Estados Unidos, Luís teria dito que era inquilino de uma outra parente da família da paraense, e que também trabalhava com aluguel de imóveis. Foi por esse elo que começaram a se relacionar.

Cinco dias antes de ser dada como desaparecida, Anna Laura, contou, por meio de um aplicativo de mensagens instantâneas, que estaria “cansada dele”, referindo-se ao Luís.

Desconfiança com Luís 

Outras pessoas que moravam nos EUA denunciaram Luís à família por supostos crimes de estelionato praticado por ele. Os parentes da jovem também tomaram conhecimento de que Laura não era a primeira vítima de um crime onde o principal suspeito seria o Luís.

Uma jovem brasileira com quem ele teria se relacionado desapareceu misteriosamente em fevereiro de 2017 e nunca foi encontrada. À época, Luís também teria negado qualquer envolvimento no fato e acabou sendo solto

Entrevista no ‘Encontro’

Erbena concedeu entrevista ao programa da rede Globo, 'Encontro', no dia 10 de janeiro. Ela chegou a expor conversas e áudios com o assassino confesso da filha, Luís Antônio Gomes Akay, durante os dias em que ela foi dada como desaparecida.

A mãe de Anna Laura relatou que trocava mensagens constantemente com a filha. Antes de sumir, a filha disse a Erbena, durante uma viagem de Virgínia - cidade onde morava - para Providence, capital do estado norte-americano de Rhode Island, no dia 19 de novembro. Depois, viajou para New Jersey, onde moravam alguns parentes e o local onde Luís morava.

Na véspera de Natal, ela foi deixada por um parente no aeroporto de New Jersey, mas ele não chegou a ver com quem ela viajaria. Na ocasião, Anna Laura embarcou para Los Angeles.

Ao chegar na cidade californiana, Anna Laura continuou mandando mensagens para a mãe normalmente. Até que, a partir das 22h45 do dia 27 de dezembro (horário de Brasília), Erbena diz que não conseguiu mais nenhum retorno da filha.

Erbena chegou a mandar mensagem para Luís Antônio, mas ele teria ignorado o contato. O suspeito apenas respondeu quando ela contou que iria pedir ajuda à PF para localizar a filha. Foi então que ele respondeu com um áudio e a imagem de um cartão semelhante a um registro de ocorrência.

“A gente só discutiu. Ela (Anna) saiu do quarto (...) pensei que ela fosse tomar um ar ou fazer alguma coisa e não voltou. A mulher acabou de me ligar da polícia (...) que estou ligando lá demais. Sabe o que a mulher falou para mim? Ela disse assim ó: ‘ela (Anna) não está desaparecida, ela pegou um voo de volta para casa e ela simplesmente não quer estar mais com você’.

Eu falei: ‘mas não tem como. Ela deixou todas as coisas dela aqui, até o uniforme do exército. Sabe o que ela falou para mim? Ela disse: ‘as coisas que você quiser deixa aí ou joga fora, não tem importância, se quiser deixa aí, jogar fora ou levar para a família dela, mas ela não está desaparecida. Você não tem mais que ligar para a polícia. Tu acredita nisso?”, diz Luís no áudio recebido por Erbena.

Polícia encerra buscas pelo corpo de Anna Laura

No dia 17 de janeiro, a polícia responsável pelas investigações do caso informou a família sobre o encerramento das buscas pelo corpo da vítima. Os policiais não conseguiram encontrar nada e o mau tempo na região foi uma das causas apontadas pelo fracasso do trabalho de procura pelo cadáver. A partir dessa decisão policial, o exército americano tomou a frente na tentativa de achar o corpo da soldada, por meio da localização dada por Luís Antônio.

Funeral simbólico

Anna Laura ganhou, no dia 26 de janeiro, um funeral simbólico organizado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos.  Familiares de Anna foram até os EUA participar da homenagem. Na ocasião, a família recebeu um formulário declarando a morte da paraense.

Exército Americano lamenta perda

O Exército americano, em nota enviada à redação, lamentou a morte da paraense. O tenente-coronel John Saporita, comandante do Batalhão de Retenção de Recrutamento da Guarda Nacional do Exército de Rhode Island, destacou a dedicação da jovem militar e expressou tristeza pela perda.

"Estamos profundamente tristes com a trágica perda da soldada Anna Costa Porsborg. Ela era uma valiosa companheira de equipe no início de sua carreira de serviço ao nosso estado e nação. Era uma jovem soldada dedicada e promissora que representava os valores de patriotismo, dever e serviço altruísta. Não há palavras suficientes para expressar nossa preocupação e simpatia por aqueles que sofrem. Nossos pensamentos e orações vão para seus colegas soldados, amigos e família", afirmou o comandante.

O Exército informou ainda que trabalha em estreita colaboração com o Departamento do Xerife do Condado de Los Angeles (LACSD), a principal agência que investiga o caso, para apurar as circunstâncias da morte de Anna.

Benefício de assistência

Além disso, o Exército Americano afirmou que pode oferecer benefícios e direitos aos familiares de soldados falecidos por meio do Oficial de Assistência a Baixas (CAO - na sigla em inglês).

"O CAO serve como ponto de contato entre o Exército e a Família. Como o Spc. Anna L. Costa Porsborg estava em status de serviço ativo como Soldado de Treinamento Individual Avançado em licença ordinária quando foi declarada morta, um CAO foi designado para seus familiares elegíveis. O CAO ajudará o parente mais próximo a resolver quaisquer reivindicações, incluindo a solicitação e recebimento de benefícios para sobreviventes e outros assuntos pessoais relacionados a seu ente querido", explicou a nota.

Relação de Anna com EUA

Com 16 anos, Anna Laura foi para os Estados Unidos, com destino a cidade Everett, em Massachusetts, para terminar o ensino médio. Assim que concluiu o colegial, foi aceita na faculdade de Administração de Negócios na cidade de Providence, Rhode Island, local onde se graduou em 2020. Depois começou a trabalhar numa Empresa multinacional americana.

Em 2021, participou de uma seleção e conseguiu ingressar nas US Army (Exército Americano). Ela foi morar em Columbia, Carolina do Sul, na base de treinamento Fort Jackson, se graduando em 9 de novembro do passado tendo como soldada do exército.

 

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