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Operação da PF investiga empresas suspeitas de comercializar ilegalmente quase R$ 10 bi em ouro

No total, foram 17 mandados de busca e apreensão cumpridos nos municípios paraenses de Itaituba e Novo Progresso, em Cuiabá, no Mato Grosso

O Liberal
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A Polícia Federal deflagrou a operação Ouropel nesta quarta-feira (27), contra empresas suspeitas de comercializar ilegalmente quase R$ 10 bilhões em ouro extraído da Amazônia Legal. Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão nos municípios paraenses de Itaituba e Novo Progresso, em Cuiabá, no Mato Grosso. Mais de 50 policiais federais cumpriram os mandados expedidos pela Justiça Federal, que também determinou o bloqueio de bens de mais de R$ 290 milhões.

Além da suspensão de atividades ligadas à mineração de oito pessoas físicas e jurídicas que, juntas, possuem 112 processos minerários tramitando em seus nomes, todos agora suspensos. A suspensão também atinge uma pessoa jurídica que adquiriu bilhões de reais em ouro da Amazônia nos últimos anos.

"A operação Ouropel tem objetivo de reprimir o crime de comercialização ilegal de ouro, principalmente procedente da bacia do Tapajós. Ocorre que, no curso da investigação, nós detectamos um esquema que consistia em lavar esse ouro. Lavar no sentido de esquentar, que quer dizer dar aparência de legalidade aquilo que é ilegal, aquele ouro extraído clandestinamente da região amazônica. As empresas que foram identificadas como suspeitas chegaram a comercializar a quantia de bilhões de reais desse metal", afirma o delegado Gecivaldo Vasconcelos Ferreira, presidente do inquérito e chefe da operação.

"A gente tem algumas áreas, que foram declaradas como origem do ouro, áreas autorizadas pela ANM. E, quando se verificou no censoramento remoto, concluiu-se que não houve exploração de ouro. Então, essas áreas estão lá sem exploração. Houve declaração de venda de ouro com origens nessas áreas. E, dado que essas áreas não tiveram nenhuma extração de ouro, a gente tá falando de ouro ilegal, que foi esquentado através dessas áreas", detalha o perito da PF Gustavo Geiser.

Histórico

O inquérito policial que deu origem à operação deflagrada nesta quarta-feira teve início em junho de 2023 e já constatou o "esquentamento" de mais de uma tonelada de ouro com Permissões de Lavra Garimpeira (PLG) correspondentes a áreas situadas na bacia do rio Tapajós. As PLGs suspensas se referem a imóveis nas cidades de Itaituba e Jacareacanga.

Várias pessoas jurídicas, incluindo Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs) e cooperativas de garimpeiros estão sob investigação por declararem a aquisição de cerca de 37 toneladas de ouro da Amazônia Legal, à época, no valor aproximado de quase R$ 10 bilhões (R$ 14 bilhões em valores atuais), de janeiro de 2021 a setembro de 2023. Estima-se, pela Calculadora de Impactos do Garimpo do Ministério Público Federal, que os prejuízos socioambientais ultrapassam 27 bilhões de reais.

O garimpo ilegal foi apontado, em laudo da Polícia Federal finalizado neste ano, como a principal causa da poluição do rio Tapajós, que teve suas águas cristalinas invadidas por grande quantidade de lama. Em janeiro de 2022 a mudança da cor da água ocorreu até em Alter do Chão, localidade conhecida como Caribe Amazônico.

O nome da operação é porque Ouropel, no sentido figurado, quer dizer "brilho falso", uma alusão ao ouro extraído ilegalmente na Amazônia, causando degradação ambiental. O objetivo é combater crimes relacionados à comercialização de ouro da Amazônia Legal, como usurpação de bens públicos, lavagem de dinheiro, crimes ambientais ligados à garimpagem ilegal e associação criminosa.

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