No Icuí-Guajará, homem morre ao tentar fazer ligação irregular em poste
Corpo ficou preso nos fios de alta tensão. Ele iria receber R$ 100 pelo serviço

Daniel Mesquita da Silva, de 47 anos, morreu desempenhando uma perigosa função pela qual era conhecido na área do bairro do Icuí-Guajará: a instalação de "gatos", as famosas ligações clandestinas na rede de energia elétrica. Na tarde desta sexta-feira (07), pouco antes das 14h, ele subiu em um poste na passagem Ramos com uma corda improvisada e vestido apenas com uma bermuda jeans. Sem sapatos, capacete, ou mesmo uma camisa para protegê-lo, o homem recebeu uma descarga de 7.967 volts. A eletrocussão matou o homem em poucos minutos, e seu corpo ficou pendurado no poste, a mais de onze metros de altura, até ser resgatado em uma operação dos bombeiros.
Daniel era morador da rua Santa Fé, na outra esquina, e costumava fazer esse serviço ilegal para aqueles que queriam furtar energia, mesmo não tendo treinamento formal de eletricista. As Centrais Elétricas do Pará (Celpa) ainda não sabem qual casa da passagem Ramos contratou o homem para fazer o trabalho que tirou sua vida, e foi isso que disseram à Polícia Militar, que também esteve no local. Ainda segundo os técnicos da Celpa, dificilmente se sobrevive a uma descarga dessa potência: a placa no topo do poste avisa "Perigo: Alta Tensão", mas a necessidade de receber 100 reais, valor que, segundo moradores, ele geralmente cobrava pelo "gato", falou mais alto. Pessoas que estavam no local comentavam como ele gritou por socorro pouco depois de receber o choque, mas nada podia ser feito. Antes do Corpo de Bombeiros chegar, Daniel já estava morto.
Quando o corpo estava no chão, os peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves constaram queimaduras graves pelo corpo inteiro do homem eletrocutado, e que a descarga elétrica entrou pelo braço do homem, que teria encostado em um cabo energizado. A Celpa informou que a rua ficou temporariamente sem energia após o incidente, mas o abastecimento foi restabelecido. Contudo, duas casas continuaram sem luz, e são essas que serão investigadas como possíveis contratantes do serviço ilegal de furto de energia. O caso foi registrado pelos familiares de Daniel na UIPP do Icuí-Guajará.
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