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Justiça Federal arquiva inquérito que investigou incêndio em floresta de Alter do Chão, no Pará

Medida foi tomada pela impossibilidade de determinação da autoria do crime. Área de 1,2 mil hectares foi afetada.

Redação Integrada

A Justiça Federal arquivou, no último dia 9, um inquérito da Polícia Federal (PF) que investigou as causas de um incêndio que consumiu parte da reserva florestal em Alter do Chão, a cerca de 30 km de Santarém, no oeste do Pará. O arquivamento, pela impossibilidade de determinação da autoria do crime, foi pedido pelo Ministério Público Federal (MPF), em consonância com a conclusão da PF. As informações foram divulgadas pelo MPF nesta quinta-feira (18).

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Diversas oitivas e perícia ambiental, que articulou a análise de imagens de satélite com imagens produzidas por drone, foram realizadas durante as investigações, bem como o levantamento de informações sobre as dinâmicas dos ventos e análise de campo. Foi constatado que o incêndio teve origem em três locais diferentes e atingiu uma área de 1,2 mil hectares, mas não foram encontrados indícios mínimos que pudessem levar à autoria do crime.

O procurador da República Gustavo Kenner Alcântara pediu o reconhecimento da competência federal porque o crime foi praticado em área de dominialidade pública federal e toda a área atingida pelo incêndio também é de dominialidade pública federal.

Na mesma decisão que arquivou o inquérito, o juiz federal Felipe Gontijo Lopes reconheceu que a competência para processar e julgar o caso é federal. Como na Justiça Estadual do Pará tramita processo que trata do mesmo tema, a Justiça Federal no Pará encaminhou pedido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que a competência seja definida pelo tribunal.

"(…) embora o dever de preservação seja de competência comum, assim como o poder de fiscalização, e, embora a área atingida seja também uma UC [Unidade de Conservação] Municipal, a dominialidade continua sendo da União, posto que não foi transferida ao Município com a criação da APA Alter do Chão", diz um trecho da decisão.

Sobre o caso

Em 14 e 15 de setembro de 2019, um incêndio atingiu uma Área de Proteção Ambiental (APA) de Alter do Chão. Ao todo, as chamas consumiram uma área de mata equivalente a 1.647 campos de futebol, entre as comunidades da Capadócia e Ponta de Pedras. A Polícia iniciou as investigações quatro dias depois dos incêndios, e em 26 de novembro de 2019, foi pedida a prisão preventiva dos quatro brigadistas com atuações em organizações não governamentais ambientais locais.

A prisão dos ambientalistas teve repercussão nacional e internacional. A polícia os acusou de receber R$ 300 mil em doações de instituições internacionais justamente para o combate de queimadas na área de Alter do Chão, o que os incentivava a queimar a floresta a fim de solicitar mais recursos para combater o fogo criminoso. A polícia também os acusa de só ter declarado R$ 100 mil do total de doações recebidas. De acordo com o delegado de Polícia Civil, José Humberto Melo Júnior, os indícios que levaram à prisão dos quatro suspeitos vieram depois de escutas telefônicas feitas com autorização judicial.

Os quatro brigadistas e mais um quinto homem, que atuava em apoio às Ongs, foram presos preventivamente em 26 de novembro de 2019. Três dias depois, em 28 de novembro, o governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou a substituição do delegado responsável pelas investigações que levaram às prisões. No mesmo dia, a Justiça do Pará soltou os brigadistas suspeitos de causar as queimadas. 

Em agosto de 2020, o relatório final da Polícia Federal não apontou culpados, por não haver “definição significativamente clara de autoria.

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