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Homem que estrangulou mulher em Icoaraci está foragido desde setembro

Anderson Gabriel Moreira, de 23 anos, matou a namorada e ligou para mãe da vítima pedindo que ela fosse 'buscar o corpo'

Ana Carolina Matos

Acusado de matar a própria companheira estrangulada, Anderson Gabriel Moreira, de 23 anos, está foragido desde o dia 10 de setembro de 2019, quando um pedido de prisão preventiva foi feito pela juíza da 3ª Vara Distrital de Icoaraci, Claudia Regina Moreira Favacho. Um mês antes, o jovem espancou e estrangulou a autônoma Amanda Santos Silva, de 28 anos. A  jovem foi assassinada pelo companheiro dentro do imóvel que o casal ocupava há cerca de cinco meses, no conjunto residencial Tenoné II, na alameda Park Verde, nº 13.

Advogada da família, Débora do Couto Rodrigues explica que o acusado já foi denunciado pelo crime de feminicídio. "Ele está foragido. A juíza decretou a prisão preventiva. Por meio dos advogados dele, foi requerida a liberdade provisória para que ele respondesse em liberdade, mas foi negado. Então a prisão preventiva ainda está prevalecendo. A gente se habilitou como assistente de acusação e nós estamos aguardando a designação da audiência", destacou. O processo corre sob segredo de justiça.

"Na delegacia, ele confessou o crime em depoimento e foi liberado", conta a advogada Débora Couto.

De acordo com a defesa, o acusado se apresentou na delegacia após o período de flagrante, acompanhado do advogado. Na delegacia, ele confessou o crime em depoimento e foi liberado. O pedido de prisão preventiva foi feito e acatado mais de 30 dias depois.

Agora, a defesa aguarda que a audiência de instrução, para o recolhimento dos depoimentos, seja marcada. "O Ministério Público arrolou testemunhas de acusação para serem ouvidas. Nós requeremos também que a delegada que presidiu o inquérito fosse ouvida e outras testemunhas mais. A gente tá aguardando a designação da audiência de instrução. Também estamos indo atrás de esforços para que ele seja realmente capturado", informou.

Couto contou ainda que, tão logo o acusado matou a companheira, ele a família fugiram de casa. "Nós temos informações que o Gabriel é curador da mãe dele, que tem problemas psiquiátricos. A vítima morava com eles. Não só o Gabriel como a família se mudou. Eles trancaram a casa imediatamente e se evadiram", detalha.

Relembre o caso

Amanda Santos Silva foi morta no distrito de Icoaraci por Anderson Gabriel Moreira no dia 9 de agosto de 2019. De acordo com o laudo do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPRC), a causa da morte da autônoma foi estrangulamento. Em mais uma triste estatística do feminicídio no Brasil, a jovem foi assassinada em casa, por alguém com quem dividia a vida e também a residência onde morava, no conjunto residencial Tenoné II, na alameda Park Verde, nº 13.

Mãe da jovem, Maria Regina Pantoja dos Santos, de 52 anos, lembra com tristeza do relacionamento abusivo da filha. Foi quase um mês antes que a matriarca conseguiu ver as várias roxuras e hematomas nos membros inferiores da vítima, ao flagrá-la tomando banho em sua casa. Depois disso, o casal nunca mais retornou.

Outra dor de dona Maria Regina é lembrar da última conversa com a filha. Poucas horas antes da morte, a vítima ligou para mãe, desesperada. "Ele me disse que eles estavam tendo uma pequena discussão. Na hora ela perguntou: 'A senhora deixa eu ficar na sua casa?'. Eu disse que sim, pedi que ela não fizesse nada que aborrecesse ele. Disse pra ela pegar um mototáxi ou um uber que eu pagava. E ela me respondeu: 'Que bom que a senhora me entende'", relembrou a mãe.

Maria Regina conta que foi tomada então por uma imensa preocupação e falou com o filho, Marcelo, para que tentassem encontrar o endereço da filha, que até então nunca havia dado para os familiares, por pedidos de Gabriel. "Eu disse para o meu filho que meu coração de mãe pedia isso. Quando passou uns 25 minutos, ela me ligou de novo e disse: 'Socorro, mãe, ele já me bateu muito. Tô toda roxa, não tenho como sair de casa porque ele tá com uma faca'. Do lado daqui eu só ouvia quando ele dizia pra ela, baixinho: Tu me paga, tu só sai morta daqui', conta.

"Ele mesmo ligou e falou: 'Venha buscar o corpo da sua filha que eu a matei'", relembra a irmã da vítima, Regiane Santos.

Pouco tempo depois, o então genro, Gabriel, ligou para a sogra: "Não achamos o endereço. Ele mesmo ligou e falou: 'Venha buscar o corpo da sua filha que eu a matei'. E desligou na cara dela. Depois que ele mandou o endereço e pronto", acrescentou a irmã da vítima, Regiane Santos. 

O caso está sob responsabilidade da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Pará.

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