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Fazendeiro acusado de mandar matar sindicalista é julgado nesta terça-feira

O sindicalista paraense que denunciava trabalho escravo e extração ilegal de madeira foi assassinado em Rondon

Redação Integrada

Marcado para esta terça-feira (23), o julgamento do fazendeiro Décio José Barroso Nunes, acusado de ser o mandante do assassinato de José Dutra da Costa, o "Dezinho", foi suspenso esta manhã. Essa é segunda vez que o novo julgamento é cancelado em seis meses.  Décio é acusado pela morte do sindicalista paraense que "Dezinho", que denunciava, entre outras coisas, trabalho escravo e extração ilegal de madeira. À época integrante da direção dos trabalhadores rurais de Rondon, sudeste do Estado, Dezinho foi assassinado em 21 de novembro de 2000, no mesmo município em que atuava.

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Um primeiro julgamento do acusado foi realizado em 2014, quando o réu foi condenado a 12 anos de prisão. Esse julgamento, porém, foi anulado. Um novo julgamento foi agendado para 31 de outubro de 2018, mas precisou ser adiado já que o assistente de acusação, José Afonso Batista, não poderia comparecer à audiência.

Nesta manhã, o acusado voltou ao Fórum Criminal de Belém para um novo julgamento. De acordo com o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), a sessão iniciou às 8h, mas nenhuma das testemunhas de acusação estava presente. A nova data do julgamento ainda não está prevista.

JULGAMENTOS

Este já é o quinto julgamento do caso. O primeiro a ser julgado foi Wellington de Jesus da Silva, preso logo após o crime e acusado de ser o executor do assassinato. O pistoleiro foi condenado, em 2006, a 27 anos em regime fechado. Em 2013, Domínio de Souza Neto e Lourival de Souza Costa, acusados pelo mesmo crime, foram julgados e absolvidos por insuficiência de provas.

Já Décio Nunes, também conhecido como "Delsão", acusado de mandar matar o sindicalista, foi julgado e condenado em 2014, mas seu julgamento foi anulado. Nesta manhã, ele está sendo julgado novamente pela acusação de homicídio qualificado e de ser o responsável por contratar o pistoleiro Wellington para executar o crime.

SINDICALISTA ASSASSINADO

À época presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Dezinho lutava pela desapropriação de terras para a reforma agrária em Rondon. Entidades ligadas aos direitos humanos apontam que ele foi morto, justamente, em função das causas que defendia, como as denúncias em relação a trabalho escravo e o apoio às famílias de sem terras.  A vítima também teria apontado a existência de um cemitério clandestino nas terras do fazendeiro

Polícia