Esquema fraudulento de emissão de CNH no Pará movimentou mais de R$ 1 milhão

Cinco homens foram presos nesta quarta-feira (30), acusados integrar um esquema criminoso de emissão fraudulenta de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) nos estados do Pará e Minas Gerais. O grupo é apontado como responsável por emitir, de forma ilegal e fraudulenta, documentos de habilitação para pessoas de diversas partes do Brasil. Os clientes, que não pretendiam iniciar o processo para tirar a carteira de forma lícita, procuravam os acusados para pagar pela documentação. As habilitações custavam entre R$ 5 e R$ 6 mil, mas algumas pessoas, segundo as investigações, chegaram a desembolsar até R$ 8 mil por uma carteira de habilitação obtida por meio da fraude.

Segundo apurou as investigações, a organização criminosa, nos seis meses em que foi monitorada, obteve uma quantia superior a R$ 1 milhão. Foram identificados mais de 200 processos com fortes indícios de fraudes.  

Dos cinco presos, quatro foram capturados no Pará. Os criminosos presos em território paraense são José Carlos Carneiro Santana Júnior, Weslei Lopes da Silveira, Adão Flávio de Oliveira Paiva e Cenage da Silva Lemes. O quinto envolvido, identificado como Ailton Oliveira, foi preso no município de Ubá, em Minas Gerais.

As prisões dos cinco acusados ocorreram durante a deflagração da operação Contramão, após mais de seis meses de investigações policiais. Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, sendo três em Xinguara, um em Água Azul do Norte, ambos municípios paraenses, e um em Ubá, em Minas Gerais. Também foram executados seis mandados de busca e apreensão, sendo um no Departamento de Trânsito Estado do Pará (Detran/PA) de Xinguara, dois em centros de formação para condutores e o restante em residências dos suspeitos.

Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão foram identificadas 11 pessoas que vieram de Minas Gerais para obter CNH de forma ilegal no Pará. Foram apreendidas mais de 50 CNHs, inúmeros aparelhos celulares, computadores, uma máquina de coleta de impressa digital, que estava em uma casa alugada pela organização criminosa para que as pessoas oriundas de outros estados ficassem hospedadas.

As investigações na fase desenvolvimento contaram com apoio do Núcleo de Inteligência Policial (NIP) e com o Núcleo de Apoio à Investigação (NAI). Já durante o cumprimento dos mandados, a operação contou com apoio da Superintendência do Alto Xingu, Delegacia de Rio Maria, Tucumã, Água Azul do Norte, São Félix do Xingu, Polícia Militar de Água Azul do Norte e serviço reservado de inteligência do 17º BPM de Xinguara, além do apoio da Polícia Civil de Minas Gerais.

Os presos foram encaminhados à Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) e estão à disposição da Justiça.