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Cabo 'Leno', acusado de chefiar milícia em Belém, é expulso da PM

Ele é um dos envolvidos na chacina de 2017 quando 28 pessoas foram mortas na Região Metropolitana de Belém

Redação Integrada

O Cabo Heleno Arnaud Carmo de Lima, da Polícia Militar (PM), mais conhecido como Cabo 'Leno', foi expulso da PM. Um documento publicado na última terça-feira (26) confirma a expulsão do policial, que é acusado, segundo o promotor de justiça militar Armando Brasil, de ser um dos principais integrantes de milícias no Pará.

De acordo com o promotor, Leno é um dos envolvidos em uma chacina, ocorrida em janeiro de 2017, na Região Metropolitana de Belém (RMB), quando 28 pessoas foram mortas.

"Em janeiro de 2017 aconteceu uma chacina na Região Metropolitana de Belém onde 28 pessoas foram mortas. Foi feita uma apuração, a Justiça Militar investigou junto com a corregedoria da PM, com apoio da Polícia Federal, e identificamos que a chacina teve autoria de quatro policiais militares, dentre eles o Cabo Leno, que era o chefe", afirma o promotor Armando Brasil.

Na época, os policiais chegaram a ser presos, mas saíram para responder em liberdade. O Cabo Leno, entretanto, publicou áudios com ameaças ao promotor e a policiais civis e foi preso novamente. "No áudio ele cantava que ia matar", lembra o promotor, explicando que a partir disso o Cabo Leno foi julgado e condenado.

Nesse mesmo período, a justiça militar fez a requisição da abertura de conselho de disciplina para o PM e, na última terça (26), foi publicada a decisão com a ordem de expulsão do Cabo, que está preso desde 2019.

"Isso foi no sentido de ratificar toda a investigação que fizemos, identificando ele como chefe da "M da Pedreira", uma milícia do bairro da Pedreira que englobava vários milicianos, e chegamos ao êxito. Ele foi preso e agora expulso da Polícia Militar", reforça Armando Brasil, ao explicar que ele era de alta periculosidade e, por isso, "primeiro ele foi preso preventivamente, quando divulgou o áudio, e depois condenado".

"Fizemos a quebra de sigilo de ligações, busca e apreensão do celular dele e encontramos uma série de provas da participação dele na chacina e em outros casos", conta o promotor, ao afirmar que em uma das conversas foi identificado que o cabo "negociava com uma senhora a vida de várias pessoas, ou seja, ele decidia quem ia morrer ou não". "Nas conversas ele falava 'você me paga tantos mil e eu poupo a vida dele'", detalha Armando Brasil.

A investigação contou com a participação da Polícia Civil, Corregedoria da Polícia Militar, Promotoria de Justiça Militar e apoio da Polícia Federal.

CHACINA

A chacina em questão aconteceu no período de 6h de sexta-feira (20) até às 8h de segunda-feira (21), em janeiro de 2017, em 20 bairros da capital. Os crimes começaram depois que foi confirmada a morte do soldado da Ronda Tática Metropolitana (Rotam) Rafael da Silva, de 29 anos, na sexta-feira (20). Ele foi morto durante uma perseguição a dois assaltantes.

Ao todo, 28 pessoas morreram e 21 ficaram feridas, todos por arma de fogo. Inicialmente, 25 pessoas haviam tido as mortes confirmadas e outras 24 deram entrada feridas no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), mas três evoluíram a óbito, totalizando 49 vítimas (28 mortes e 21 feridos).

Os responsáveis pelas mortes foram homens encapuzados e armados com pistolas. Eles estavam em um carro preto e atiravam em diversas pessoas que estavam nas ruas. À época, a Secretaria de Segurança Pública (Segup) confirmou que os crimes tinham característica de execução e que algumas das vítimas apresentaram tiros na cabeça, outras com vários tiros no corpo e alguns levaram tiros pelas costas. O Governo do Estado admitiu a possibilidade de uma relação entre a morte do soldado e os crimes de execução.

Posteriormente, foi confirmado o envolvimento de quatro policiais militares na chacina, entre eles o Cabo Leno, que chegou a responder em liberdade, mas voltou a ser preso por ameaças gravadas em áudios. Ele foi identificado como o chefe da milícia que efetuou as mortes.

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