Assaltantes tomam táxi, fazem assaltos e uma integrante do grupo é morta na CDP

Um taxista foi feito refém na noite desta quinta-feira (15) por cinco assaltantes que promoveram um verdadeiro arrastão pela cidade. O grupo percorreu bairros como Marambaia, Pedreira e CDP, abordando vários transeuntes para subtrair valores e objetos. Mas numa das tentativas de assalto, a vítima - que não se sabe ainda se era um militar à paisana - reagiu e disparou contra o táxi, atingindo uma menor que integrava o grupo.

O motorista, que não teve a identidade revelada, contou à polícia que estava em seu ponto, próximo ao Hospital das Clínicas, no início da noite, quando foi solicitado por duas mulheres e um homens para uma corrida até o conjunto Marex. No caminho, o trio anunciou o assalto, obrigando-o a parar em determinado local, onde subiram mais dois homens.

O taxista foi obrigado a rodar por vários pontos da cidade, passando pela Marambaia, Avenida Pedro Miranda e, por último, às proximidades do Aeroporto Internacional de Belém, onde os acusados fizeram vários assaltos. As vítimas foram pessoas que circulavam próximo à parada de ônibus.

No vidro traseiro do táxi ficaram as marcas do tiro que atingiu a mulher que estava em companhia dos bandidos (Elivaldo Pamplona / O Liberal)

Na sequência, o grupo rumou para o conjunto da CDP e lá alguns deles desceram e fizeram novas vítimas. Já no conjunto Paraíso dos Pássaros eles resolveram descer e abordar as pessoas que estavam em uma festa de aniversário. Entre os convidados havia um policial militar, que reagiu e atirou contra os bandidos. Um dos disparos acertou o vidro traseiro do táxi e atingiu uma das mulheres que estavam em companhia dos bandidos, levando-a à morte instantaneamente. O PM também foi atingido na perna.

Nesse momento, os demais integrantes entraram no carro e ordenaram ao motorista que saísse em velocidade do local. Chegando em um ponto afastado e escuro, eles desembarcaram e fugiram, deixando a mulher morta no banco de trás do veículo. Mesmo sob extrema tensão, o taxista decidiu seguir com o corpo direto para a Seccional Urbana da Pedreira, para se respaldar de uma possível acusação de envolvimento com o grupo.

Ao chegar na unidade policial, por volta das 22h, ainda muito nervoso, ele relatou os acontecimentos ao delegado Marcos Pinto. "Ele está extremamente nervoso e, até então, não há indícios da participação dele", disse o titular da Seccional. "O fato de ele vir até a delegacia já é um bom sinal, demonstra a preocupação dele em não ser envolvido com tudo isso'', acrescentou.

A mulher foi identificada mais tarde como Maria Clara Santana da Silva, de apenas 15 anos. A mãe da menor esteve na Seccional da Pedreira e reconheceu o corpo da filha.

"Dentro do carro havia uma mochila com alguns aparelhos celulares que acredito serem resultado dos roubos'', disse o delegado, que acionou a Delegacia de Homicídios para dar início às investigações do caso, e também o Centro de Perícias Científicas "Renato Chaves", para a análise e remoção do corpo. "Vou acionar as demais delegacias sobre esses aparelhos telefônico. É possível que as vítimas procurem as unidades para registrar o roubo desses celulares'', informou.