CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X
logo jornal amazonia

Apostas online: operação poderá ter novas fases para identificar outros envolvidos

Três empresários paraenses alvos da operação “Apate II continuam presos temporariamente

O Liberal
fonte

Permanecem presos, temporariamente, os três empresários paraenses alvos da operação “Apate II”, deflagrada na última terça-feira (12) pelas Polícias Civis do Pará e do Rio Grande do Sul. Fernando Araújo de Castro, conhecido como Andy, “Leleco” e “Fabão” são sócios da NBet Pará que, segundo a polícia, funcionava como uma agência de apostas esportivas online e que servia como lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas. Fernando e “Leleco” estão presos no Pará; “Fabão”, no Maranhão.

O caso segue sendo investigado sob segredo de justiça, e a operação poderá ter novas fases para identificar outras pessoas, supostamente, envolvidas com o esquema criminoso. As polícias civis identificaram que a NBet é apenas uma das cinco empresas que tinham o mesmo objetivo. Em pouco mais de um ano, os empresários teriam movimentado cerca de R$ 150 milhões. Desde terça-feira, a Redação Integrada de O Liberal tenta contato com a agência de apostas, mas não obteve retornos. A reportagem não conseguiu localizar os advogados da NBet nem dos três empresários presos.

VEJA MAIS

image Operação prende empresários de site de apostas por lavagem de dinheiro em Belém
A segunda fase da operação “Apate II”, da Polícia Civil, investiga a conduta de grupo financeiro, situado na capital paraense, que supostamente recebia dinheiro proveniente do tráfico de drogas de outros Estados

A delegada Ana Paula Mattos, titular da 3ª Divisão de Lavagem de Dinheiro, da Diretoria de Combate à Corrupção, da Polícia Civil do Pará, explicou como os presos costumavam agir no Estado para fazer a lavagem de dinheiro. “Eles abriram empresas de diversos segmentos aqui em Belém: farmácias, lojas de veículos e também existe uma empresa de jogos esportivos online. Os três estão presos. Foram dois aqui em Belém e um no Maranhão. Eles vão ficar presos 30 dias inicialmente. Já estão no sistema penitenciário de Belém e tem um que ainda está no Maranhão”, informou.

“Essa investigação iniciou em 2020, onde identificamos um acusado que vinha praticando lavagem de dinheiro em Tailândia, no Pará. Fizemos a prisão e busca e apreensão. De lá para cá, a gente vem investigando e, agora, junto com a Delegacia do Rio Grande do Sul, identificamos esse grupo financeiro em Belém, que vem lavando dinheiro no Pará, proveniente de vários crimes, dentre eles, o tráfico de drogas”, explicou. 

Ana Paula Mattos informou, ainda, que, na terça-feira, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária. Foram apreendidos “grande quantidade de dinheiro, veículos de luxo, material eletrônico, computadores”, detalhou a delegada. Dentre os veículos de luxo, estavam BMW e Range Rover, exemplificou a Ana Paula. “Agora, nós iremos finalizar a investigação, angariar mais elementos para identificar possíveis outros membros”, acrescentou a autoridade policial, ao informar que novas fases da operação poderão ser deflagradas.

Segundo a delegada, o material apreendido será encaminhado para perícia. Serão analisados também documentos para entender o vínculo existente entre os presos no Pará e no Rio Grande do Sul. “A intenção é criar o elo entre eles para identificar a lavagem de dinheiro e outros crimes com membros daqui e de lá”, destacou.

Rio Grande do Sul

O delegado de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Cristiano Rita, explicou como as estratégias de investigação adotadas no estado gaúcho culminaram com as prisões desta terça-feira. “Durante uma operação que nós desenvolvemos no Rio Grande do Sul, de combate ao tráfico de drogas de uma organização criminosa que atuava na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, realizamos a apreensão de comprovantes de depósitos bancários, que eram oriundos do pagamento da droga que nós havíamos apreendido”, revelou.

“Eles estavam instalando um laboratório de refino de cocaína na cidade de Bagé, que fica a cerca de 50 quilômetros da nossa fronteira com o Uruguai. Lá, nós apreendemos droga e esse material de refino de laboratório. Com o pagamento dessa droga, foi descoberto os comprovantes de depósito. Dentre esses depósitos, havia uma empresa de veículos do Pará e uma construtora do Estado de São Paulo, além de dois indivíduos que moram na Região Metropolitana de Porto Alegre”, continuou o delegado Cristiano Rita.

“Com o aprofundamento dessas investigações e identificação dessas empresas, nós entramos em contato com a Polícia Civil do Pará e conseguimos identificar que esse grupo já havia sido também investigado pela Polícia Civil daqui, referente ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Então, foi possível, neste momento, coordenar duas operações em conjunto, tanto no Rio Grande do Sul, com o recebimento e pagamento dessa droga, e no estado do Pará, especialmente à lavagem de dinheiro”, comentou.

Ainda segundo o policial civil, “a grande dificuldade de combate ao crime organizado é justamente encontrar o patrimônio”. “O dinheiro passa por centenas de contas bancárias espalhadas pelo Brasil inteiro, mas localizar o patrimônio, quando isso vira bens de consumo, seja para os traficantes seja para os responsáveis pela lavagem de dinheiro, é o grande desafio”.

“Com essa coordenação conjunta, foi possível que os poderes judiciários dos dois estados expedissem ordens de busca e apreensão, de prisão temporária, no caso do Pará, para que a gente conseguisse efetivamente apreender esse patrimônio, descapitalizar essas organizações criminosas e sufocar eles financeiramente, porque agora a gente retira veículos de luxo, moedas estrangeiras, temos o bloqueio de contas bancárias”, pontuou o delegado.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱

Palavras-chave

Polícia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM POLÍCIA

MAIS LIDAS EM POLÍCIA