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Paraenses são mortos por engano após ataque a garimpo na divisa entre Pará e Amapá

Os veículos usados pelo grupo foram encontrados incendiados 

O Liberal

Oito garimpeiros foram mortos e um sobreviveu após um ataque por engano em uma área de garimpo ilegal localizada na divisa entre Laranjal do Jari (AP) e Almeirim (PA). Entre as vítimas, pelo menos quatro eram naturais do Pará. Um homem segue desaparecido.

Segundo a Polícia Civil, o grupo foi atacado com extrema violência depois de ser confundido com assaltantes que teriam atuado na região no dia 31 de julho. As vítimas paraenses foram identificadas como Gustavo Gomes Pereira, de 30 anos, natural de Ourilândia do Norte; Dhony Dalton Clotilde Neres, 35 anos, de Itaituba; Jânio Carvalho de Castro, 35 anos, de Bom Jesus do Tocantins; e Antônio Paulo da Silva Santos, 30 anos, de Capitão Poço. Também morreram Luciclei Caldas Duarte, de naturalidade não informada; Elison Pereira de Aquino, 23 anos, de naturalidade não informada; um homem não identificado, mas que seria de Colçoene (AP); e outra vítima ainda sem identificação.

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O grupo havia saído do Amapá na sexta-feira (1º) com destino ao Pará para visitar uma área de terra. As duas caminhonetes usadas na viagem foram deixadas estacionadas, enquanto eles seguiram de barco até o local da negociação. Na segunda-feira (4), ao retornarem, chegaram a usar internet via satélite para avisar familiares que voltariam para Laranjal do Jari, mas o contato foi perdido em seguida.

Preocupados, parentes procuraram a delegacia de Laranjal do Jari na terça-feira (5). As vítimas residiam em Laranjal do Jari, no distrito de Lourenço (Calçoene) e em Macapá. Na quarta-feira (6), por volta das 15h, moradores encontraram as caminhonetes incendiadas em um ramal abandonado.

“Tivemos o encaminhamento de uma força-tarefa, com várias equipes da Polícia Civil, delegados, agentes e investigadores. O Grupo Tático Aéreo foi acionado quando soubemos da possibilidade de uma vítima viva, escondida na mata”, disse o delegado-geral Cézar Vieira, do Amapá.

O sobrevivente foi resgatado pelo Grupo Tático Aéreo e levado para Laranjal do Jari, onde contou que conseguiu escapar ao se esconder na mata e pedir ajuda em uma comunidade próxima. Na mesma noite, equipes iniciaram o resgate dos corpos, que foram encaminhados para exames necroscópicos antes de serem liberados às famílias.

A Polícia Civil informou que já identificou suspeitos, mas ninguém foi preso até o momento. A investigação segue sob sigilo e conta com a cooperação das autoridades do Pará. Segundo o delegado, as vítimas trabalhavam em áreas de garimpo, principalmente em concessões no distrito de Lourenço, em Calçoene, no Norte do Amapá, e uma delas era responsável pela negociação da terra.

A reportagem do Grupo Liberal entrou em contato com a Polícia Civil do Pará e Polícia Civil do Amapá em busca de mais detalhes sobre o caso, mas ainda não houve retorno.