Julgamento de 14 suspeitos por triplo homicídio em presídio de Redenção começa em Belém
O caso ocorreu em 2019 durante uma briga entre facções no Centro de Recuperação
Inicia em Belém, nesta segunda-feira (19), o julgamento de 14 detentos suspeitos de matarem três presos de uma facção rival dentro do Centro de Recuperação de Redenção, no sudeste do Pará. O caso ocorreu em 2019, após uma rebelião que resultou em feridos e cinco pessoas reféns. A audiência ocorre no fórum de Belém, no bairro da Cidade Velha.
Todos os réus do caso das mortes dentro do presídio estão presos e aguardavam o julgamento. Segundo o TJPA, os promotores de justiça do júri Nadilson Portilho Gomes, Edson Augusto Souza e Gerson Silveira atuarão na tribuna da acusação. Além disso, o caso será presidido pelo juiz Cláudio Hernandes Silva Lima. Ainda não há previsão para o encerramento do julgamento, que deve durar alguns dias devido ao número de oitivas.
Durante o julgamento, a primeira testemunha, que está em prisão domiciliar, foi ouvida remotamente da cidade de Redenção, de acordo com informações do TJPA. Após o intervalo do almoço, o júri foi retomado com o depoimento do delegado que presidiu o inquérito policial. Ele explicou como identificou a participação de cada um dos acusados no massacre dentro da cadeia.
Outra testemunha ouvida foi o gerente de segurança da unidade prisional. Ele relatou que trabalhava há dois anos no local e que, após o motim, foi exonerado do cargo. O ex-gerente afirmou ainda que havia poucos policiais para garantir a segurança de aproximadamente 500 custodiados. Ainda segundo o TJPA, até por volta das 16h, faltava ser ouvida a quinta testemunha da acusação.
Na sequência, está prevista a oitiva de nove testemunhas arroladas pelas defesas dos acusados. A expectativa do juiz responsável pelo caso é concluir todos os depoimentos ainda nesta segunda-feira, ainda conforme o TJPA.
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Rebelião
A rebelião dentro do Centro de Recuperação de Redenção ocorreu no dia 12 de maio de 2019. Segundo informações da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), tudo ocorreu durante uma briga entre facções rivais dentro da cadeia. O alvo era o preso Marco Aurélio Fileski, conhecido como “Baiano”, suposto envolvido com a facção PCC. Ele foi transferido do estado da Bahia para o município de Redenção, onde teria cometido um homicídio, o que o levaria ao Tribunal do Júri no dia 14 de maio. “Baiano” estava custodiado em uma cela isolada devido às ameaças de morte. Além do ‘Baiano’, outros dois internos foram mortos, sendo um deles suspeito de matar o irmão de uma liderança de outra facção.
Ainda de acordo com a nota da Susipe na época, cinco pessoas foram feitas reféns, mas foram liberadas após negociações com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Promotoria de Justiça, o juiz da comarca e os diretores da unidade prisional. Após a situação ser controlada, agentes prisionais, com apoio da Polícia Militar, realizam revista e recontagem dos presos.