Ex-delegado-geral de São Paulo é assassinado em emboscada; veja
O crime aconteceu na tarde desta segunda-feira (15); Imagens de câmeras de segurança registraram a perseguição e a morte do delegado
Imagens de câmeras de segurança registraram a perseguição e a morte do delegado Ruy Ferraz Fontes, ex-diretor-geral da Polícia Civil de São Paulo e então secretário de Administração Pública de Praia Grande. Fontes foi seguido por criminosos em uma caminhonete Hilux na tarde desta segunda-feira (15) e, em alta velocidade, tentou escapar. Ao entrar em um cruzamento, foi atingido por um ônibus; o carro capotou. Os bandidos desceram armados com fuzis e atiraram contra o delegado, que reagiu e, segundo a polícia, chegou a balear um dos criminosos.
Quinze minutos antes do ataque, Fontes havia deixado o gabinete na prefeitura, onde despachara normalmente. Ele chegou a conversar por telefone com o procurador de Justiça Márcio Christino. “Fui o último a falar com ele. Não estava fazendo nada ligado à segurança, estava afastado da área”, disse Christino.
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O secretário-adjunto da Segurança Pública, delegado Oswaldo Nico Gonçalves, confirmou que equipes da polícia foram despachadas para a Baixada Santista. Uma das linhas de investigação aponta a Sintonia Restrita, grupo de pistoleiros do PCC, como possível responsável pela execução. A facção já havia planejado ataques contra autoridades, como o ex-juiz Sérgio Moro e o promotor Lincoln Gakiya. “Ainda não podemos afirmar, mas vamos tentar localizar o bandido que ele teria baleado”, disse Nico.
Ruy, como era conhecido, já havia escapado de uma tentativa de assassinato em 2010, quando trabalhava no 69.º DP, na Cohab Teotônio Vilela. Na época, havia acabado de deixar a Delegacia de Roubo a Bancos, do Deic, e um plano do PCC para matá-lo foi descoberto.
Ao longo da carreira, Fontes chefiou o Denarc, onde conduziu a primeira grande investigação sobre Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, narcotraficante do PCC preso em 2020 em Moçambique e extraditado para o Brasil. Em 2019, já como delegado-geral, determinou a transferência de Marcola e da cúpula da facção para presídios federais. Em 2006, havia indiciado toda a liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo Marcola, antes de o grupo ser isolado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.
Delegado de Polícia por mais de 40 anos, Ruy Ferraz Fontes iniciou a carreira em Taguaí e passou por diferentes delegacias especializadas, como homicídios, entorpecentes e roubos a bancos, além de dirigir divisões e departamentos estratégicos da Polícia Civil em São Paulo. Foi delegado-geral do Estado e também diretor do Decap. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até hoje.
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