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'Ele me queimava por prazer', disse jovem, vítima de cárcere privado no Pará

Segundo testemunhas que socorreram a garota, ela estava bastante machucada, com sinais de tortura e queimaduras

O Liberal

Os dias de um suposto cárcere privado e tortura chegaram ao fim, na última sexta-feira (2), para uma jovem de 18 anos, que possivelmente vivia com o namorado numa comunidade chamada Colônia do Majari, zona rural do município de Porto de Moz, no sudoeste paraense. Segundo informações de testemunhas, que preferem o anonimato, a jovem teria conseguido fugir da casa onde vivia, para buscar ajuda na rua.

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Pessoas que a socorreram contaram que a mulher estava bastante machucada, com sinais de tortura e queimaduras. Depois de ser acolhida por moradores em uma casa, ela foi levada pela assistência social do município até a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência e prestar depoimento. “Ela contou para as pessoas que socorreram que ele [o namorado] amarrava, tapava a boca dela, esquentava uma faca na lamparina e queimava ela por prazer. E, quando ele não fazia isso, ele pegava uma agulha e furava os braços dela”, detalhou uma testemunha. “Ela está muito assustada, não fala quase com ninguém”, acrescentou.

De acordo com informações, a jovem é natural do município de Portel, no Marajó, de onde teria fugido para viver com o namorado, ainda não localizado, na zona rural de Porto de Moz.

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Por meio de nota, a Prefeitura Municipal de Porto de Moz, através da Secretaria de Trabalho e Promoção Social (Semuts) e Secretaria da Mulher, informou que já tomou todas as providências necessárias, realizando os encaminhamentos aos órgãos competentes, assim que soube do fato. No momento, ainda de acordo com a nota da prefeitura, a vítima encontra-se acolhida e recebendo o acompanhamento psicossocial pela rede de proteção e garantia dos Direitos Humanos, como o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) e Secretaria da Mulher.

Por meio de nota também, a Polícia Civil do Pará confirmou a ocorrência e disse que “um inquérito policial foi instaurado e investiga o caso, de forma sigilosa, para resguardar a integridade da vítima”.