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Vandalismo atinge em cheio bem-estar da população

Somente com extravio de hidrômetros e depredação de monumentos são quase R$ 1 milhão de prejuízo aos cofres públicos

Eduardo Rocha
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Nos 53 municípios do Estado atendidos pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), foram verificados 740 hidrômetros extraviados de janeiro a dezembro de 2020. De janeiro a agosto de 2020, foram  463 extraviados, e, de janeiro a agosto de 2021, 586 (123 mais que no mesmo período em 2020). O total de 740 aparelhos em extravio no ano passado corresponde a R$ 222 mil, considerando o custo de um instrumento a R$ 300,00. Dessa forma, de janeiro de 2020 a agosto de 2021, são R$ 397,8 mil de prejuízo para a Companhia. Montante esse que poderia estar sendo investindo em prol do bem-estar da população.  

Ocorre que essa prática de vandalismo, criminosa, não se restringe a esses aparelhos, mas se expande e atinge em cheio outros bens e serviços destinados ao bem-estar da população.

O hidrômetro é um instrumento de medição da quantidade de água que entra em um imóvel para efeito de cobrança de consumo,. Como ressalta o presidente da Cosanpa, José Antônio De Angelis, os hidrômetros costumavam antigamente ser furtados porque eram todos feitos de material nobre, de bronze, ligas metálicas, que eram caras. Hoje em dia, esse material não é o mesmo; agora é material de ferro fundido, em menor quantidade; a maior parte (90% do hidrômetro) é de material plástico. Então, ressalta, não compensa o furto dele, mas isso está causando prejuízo para a Companhia. 

Angelis destaca que o custo estimado de um hidrômetro instalado, colocado, é de R$ 300,00. E ao se referir aos quase 800 hidrômetros extraviados em 2020,  De Angelis ressalta que os mais de R$ 200 mil relacionados a esses aparelhos são "recursos que nós estamos perdendo, tendo de gastos na Companhia, que podiam estar sendo investidos em outras áreas dentro do saneamento aqui, na Cosanpa".

Procedimentos

O proprietário do imóvel lesado tem que fazer um Boletim de Ocorrência para que esse hidrômetro não seja cobrado dele. Ele perde água e perde o abastecimento do produto por um período até que seja feita a troca do equipamento. Ao constatar o sumiço do hidrômetro, o dono da casa ou estabelecimento deve, de imediato, avisar a Polícia por meio do telefone 190 e à Cosanpa, para providenciar a troca do aparelho, ou a substituição ou o conserto da tubulação, dado que ao retirar o hidrômetro os autores do ato quebram a tubulação do cavalete. E isso causa um vazamento muito grande de água no imóvel e na rede da Companhia.

A Cosanpa faz uma parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), para minimizar os efeitos dos ataques aos hidrantes e ir atrás dos responsáveis. "E para isso é importante que a população faça a denúncia rapidamente, faça seu Boletim de Ocorrência, para que a gente possa mapear os locais onde estão sendo roubados os hidrômetros", completa o presidente da Cosanpa.

Prisão

Ainda na quarta-feira (6), uma mulher foi presa com 160 quilos de hidrômetros furtados da Cosanpa, no bairro do Guamá, em Belém, como parte da Operação 'Aquarius', da Polícia Civil. Os aparelhos estavam prontos para serem vendidos de forma ilegal. A pessoa presa é dona de um ferro-velho no mesmo bairro, onde a Polícia encontrou os hidrômetros. Ela vai responder pelo crime de receptação qualificada, cuja pena pode chegar a até oito anos de prisão. No ferro-velho, policiais encontraram produtos ainda com o lacre.

Já a Polícia Militar atua contra a depredação de bens públicos com o policiamento preventivo nos locais de maior incidência de casos e com condução de suspeitos para a delegacia de Polícia Civil. Denúncias pelos números 190 e 181.

Semáforos

O conjunto de semáforos são alvos de furtos e vandalismo na capital paraense, como repassa a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB). No segundo semestre de 2020, foram 11 ocorrências, no período de 7 de junho a 25 de novembro, e um total de 250 metros de cabos e 47 unidades de módulos a LED furtados de dentro do semáforo.

Neste ano de 2021, já chegam a 51 ocorrências, no período de 5 de março a 28 de setembro, totalizando 2.685 metros de cabos furtados de semáforos em Belém, como repassa a SeMOB. No caso de placas de sinalização de trânsito, a Superintendência informa que foram 7 placas furtadas de janeiro até 5 de outubro de 2021.

"Cada metro de cabo furtado custa em média R$ 5,50, já as luzes de LED saem por R$ 350,00 por unidade, sem levar em conta o custo de mão de obra, e quanto às placas de sinalização o prejuízo para a administração chega próximo de 2 mil reais. Além dos prejuízos financeiros e operacionais, ainda existem os riscos com acidentes, em virtude de semáforos apagados", comunica a SeMOB. Até setembro, neste ano, as perdas com os cabos de semáforo ficam perto de R$ 15 mil.

Monumentos

Outra frente de ação de vândalos são os monumentos públicos, com a  depredação (pichados ou mutilados) ou subtraídos de forma completa. A Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) informa que "em 2020, ainda durante a gestão anterior, foi feito um levantamento parcial sobre o estado de conservação de monumentos da cidade, com o objetivo de realizar ações de conservação, mas os serviços não foram realizados e estão sendo novamente propostos no PPA 2022-2025".

O levantamento, segundo a Fundação, identificou o furto da estátua do Monumento ao Escoteiro, na Praça do Escoteiro, em 2018, e a posterior fixação na base em pedra natural do Brasão da República; o furto da placa de identificação e do medalhão do Busto em homenagem a Oswaldo Cruz localizado na Praça Oswaldo Cruz e o furto do conjunto de estátuas do monumento Esculturas do Trabalho, Artes e República, que já foram recuperadas e estão sob custódia do Município.

Cabral

Em março de 2021, como repassa a Fumbel, foi denunciada a tentativa de furto de uma peça de bronze com representação de Pedro Álvares Cabral, componente de um obelisco localizado na avenida Portugal. "Prontamente a peça foi retirada e atualmente está sob os cuidados do Museu de Arte de Belém".

Ainda segundo o levantamento parcial, até julho de 2020, o prejuízo financeiro para os cofres públicos foi de R$ 490.602,50. A Fumbel atualiza o inventário de danos e perdas dos monumentos de Belém para que um novo orçamento seja realizado. A Guarda Municipal de Belém (GMB) faz rondas nos logradouros públicos e praças.  A população pode ajudar pelo Disque Denúncia 153, com ligação gratuita.

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