Uma universidade plural e singular

Há um ano, assumi, ao lado da vice-reitora, professora doutora Loiane Verbicaro, o compromisso de conduzir a Universidade Federal do Pará com a convicção de que a maior instituição de ensino superior da Pan-Amazônia deve ser também uma das principais vozes da região diante do Brasil e do mundo. A UFPA é plural em seus saberes, povos e territórios, e singular na missão de produzir conhecimento comprometido com o desenvolvimento sustentável e com os desafios amazônicos.
Com mais de 50 mil estudantes em 12 campi, a UFPA é uma universidade gigante por natureza, enraizada nas comunidades e aberta ao diálogo com a sociedade. Este primeiro ano de gestão tem sido desafiador, mas marcado por avanços que reafirmam nossa capacidade de inspirar, incluir e inovar.
A infraestrutura segue em expansão, com obras retomadas e novos espaços acadêmicos e estudantis, como o prédio do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI), o Auditório de Altamira e o centro de convivência do Instituto de Medicina Veterinária, no Campus de Castanhal. Estamos ampliando as políticas de alimentação para além de Belém, começando pelo Campus de Altamira, garantindo equidade e permanência estudantil. E consolidamos projetos para laboratórios e salas de aula em diversos campi, como os de Salinópolis e Ananindeua, além dos novos restaurantes universitários do Setorial Básico e do setor de saúde, em articulação com o governo federal.
Na pós-graduação, avançamos com a criação de novos mestrados e doutorados em diferentes unidades regionais, fortalecendo a produção científica nacional firmada a partir da nossa Amazônia.
No ensino de graduação, destaca-se a criação do curso de Inteligência Artificial, pioneiro na Região Norte e entre os primeiros do Brasil, que já integrará o próximo processo seletivo, sendo um passo estratégico para formar profissionais do futuro com ética e sensibilidade amazônica.
A internacionalização também se fortaleceu, com novas parcerias com universidades da França, Portugal, Rússia, China e América Latina. Projetos conjuntos de pesquisa e inovação ampliam a presença da UFPA em redes globais e valorizam a ciência produzida na Amazônia, em diálogo com o mundo.
Na área da inovação e cultura, criamos duas novas superintendências e celebramos a entrega da primeira etapa do restauro do Conjunto dos Mercedários, símbolo da integração entre ciência, arte e memória. Produções como o espetáculo Gaia e a Sinfonia do Círio, a continuidade do Programa MultiCampi Artes e o Edital Proex de Arte e Cultura reafirmam a UFPA como um espaço vivo de expressão amazônica.
Na Extensão, lançamos os Editais Proexia (Programa de Extensão Inclusiva Avançada), contemplando 110 iniciativas em todas as regiões onde a Universidade está presente. As ações abrangem territórios do Marajó, Nordeste Paraense, Baixo Tocantins e Xingu, fortalecendo o vínculo da UFPA com as comunidades.
A proximidade da COP 30, que será sediada em Belém, simboliza um marco para a Universidade. A UFPA está preparada para esse momento histórico com a missão de falar ao mundo com a voz da Amazônia, uma voz que une ciência, tecnologia e saberes tradicionais, reafirmando que pensar o futuro do planeta exige compreender nossa região.
Essas conquistas são resultado de um trabalho coletivo, guiado pelo diálogo e pelo planejamento. Mais que um balanço, este primeiro ano reafirma o caminho de uma UFPA plural e singular, capaz de unir ciência e compromisso social de forma local e global.
Seguiremos firmes, com a certeza de que o futuro da Amazônia passa pela educação, pela pesquisa, pela inovação e pela coragem de sonhar e realizar juntos.
Gilmar Pereira da Silva é professor, pedagogo, doutor em Educação e reitor da Universidade Federal do Pará
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