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UFPA e Uepa serão sede de Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), os primeiros do Pará

Com a aprovação, região Norte passa a ter seis programas do tipo, o que deve alavancar a ciência na Amazônia

Camila Guimarães
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As universidades do Estado do Pará (Uepa) e Federal do Pará (UFPA) foram contempladas pelo edital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para sediar, cada uma, um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT). Na região Norte, existiam apenas três programas do tipo: dois no Amazonas, que passa a contar com mais um a partir deste edital, e um em Rondônia. Agora, o Norte passa a contar com seis programas, o que deve alavancar a produção científica e tecnológica na Amazônia.

Os programas são projetos de longo prazo, que relaciona pesquisadores de várias partes do país e do mundo, de uma mesma área, para a produção de conhecimento de impacto social. Os projetos aprovados na UFPA e na Uepa são os primeiros do Pará.

 

De olho em novos vírus

Na Uepa, o INCT para Viroses Emergentes e Reemergentes (INCT-VER), coordenado pelo professor, Pedro Vasconcelos, foi o projeto contemplado no processo de seleção. O Instituto funcionará no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Uepa e terá como objetivo promover metodologias e pesquisas de ponta sobre patogenia e prospecção de novos vírus. O propósito está alinhado com os objetivos da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate às emergências de novos patógenos associados às epidemias vivenciadas nos últimos anos.

“Essa iniciativa é um avanço institucional para o ensino e a pesquisa na Uepa, e mostra que a universidade tem total capacidade de desenvolver pesquisas e estudos de grande eficiência no contexto nacional”, diz Pedro Vasconcelos.

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No momento, o programa aguarda o recebimento dos recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para iniciar suas atividades. O INCT da Uepa será desenvolvido em colaboração com outras instituições de ensino e pesquisa do Brasil, como a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) e a Fiocruz Amazônia, localizada no Amazonas, além de instituições estrangeiras como a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, a Escola de Medicina de Harvard, em Massachusetts, a Universidade Nova de Lisboa, além de outras colaboradoras, que atuam em associação com os INCTs.

O pró-reitor de pesquisa da Uepa, professor Jofre Jacob, ressalta a importância do instituto para a solução de problemas sociais por meio da ciência: “os INCTs têm como propósito se sobrepor à visão disciplinar e isolada de tratar a pesquisa e extrapolar a ciência na sua capacidade de analisar os problemas e demandas sociais, a fim de responder a elas através de uma visão multidisciplinar, pois, a ciência, a serviço da sociedade, requer ações mais abrangentes e integradas”.

A redação integrada de O Liberal está em contato com a UFPA para mais detalhes sobre o INCT que será sediado na instituição.

image INCT da UFPA será voltado para estudos sobre preservação da biodiversidade florestal e aquática da Amazônia. (Thiago Pelaes / UFPA)

Preservação da biodiversidade amazônica

Na UFPA, o INCT intitulado SinBiAm – Sínteses da Biodiversidade Amazônica foi o projeto aprovado pelo edital. O trabalho desenvolvido no instituto deve fortalecer e ampliar pesquisas de síntese sobre a biodiversidade florestal e aquática amazônica, além de informar as práticas e políticas públicas focadas na educação, conservação e manejo sustentável, pensando na formação das futuras gerações que irão atuar na Amazônia.

O projeto será desenvolvido em parceria com 32 instituições de pesquisa e tomadores de decisões, sendo sete internacionais e 25 no Brasil (15 destas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste). A coordenação está a cargo dos professores Leandro Juen e Filipe França da Universidade de Brisol – ambos do Programa de Pós-graduação em Ecologia da UFPA, local onde funcionará a sede do INCT.

Uma peculiaridade do projeto na UFPA será a destinação de 75% do total de recursos solicitados a bolsas de estudos para os estudantes e pesquisadores em diferentes níveis, de modo a criar um ambiente estimulante e que também proporcione a internacionalização dos estudantes e jovens cientistas brasileiros e amazônicos. A universidade também garante, em nota, que priorizará co-lideranças de pesquisadores e instituições de excelência da região Norte, que é a macrorregião com menores investimentos em pesquisa do Brasil, como uma forma de colaborar para a mudança dessa realidade.

 

Avanço da ciência na região Norte

Com a aprovação da criação dos Institutos no Pará e mais um no Amazonas, a Região Norte do país passa a contar com seis INCTs: três no Amazonas, um em Rondônia e dois no estado do Pará. É um avanço significativo tendo em vista a maior concentração de programas como esses em outras regiões do país: 14 no Nordeste e 62 no Sudeste, que, tradicionalmente, concentra maior parte dos recursos em ciência e tecnologia do país.

O  edital 58/2022 do MCTI aprovou, no total, a criação de INCTs em 48 instituições em todo o Brasil. Os recursos para a criação dos Institutos somam o valor global de R$300.000.000,00, oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), direcionado para redes de pesquisa em áreas estratégicas e na fronteira do conhecimento.

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