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Setor florestal da Amazônia pede o fortalecimento da atividade

Frente Pró-Floresta se ressente da perda de postos de trabalho nas últimas duas décadas por conta da pressão ambiental e das dificuldades impostas ao setor

Thiago Vilarins da Sucursal Brasília

Representantes do setor florestal e parlamentares da bancada de seis estados da Amazônia participaram, na última quarta-feira, 6, de reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para pedir ajuda ao governo para a retomada do segmento. Na ocasião, entregaram um documento em que solicitam a construção conjunta do Programa de Fortalecimento do Setor Florestal da Amazônia. O documento, elaborado pela Frente Pró-Floresta da Amazônia Legal, ressalta o fechamento de postos de aproximadamente 190 mil postos de emprego nos últimos 16 anos em decorrência da pressão ambiental e das dificuldades impostas ao setor. 

Em 2003, a atividade madeireira empregava cerca de 210 mil trabalhadores na Amazônia. Atualmente, esse número foi reduzido para 20 mil. Na reunião com o ministro do Meio Ambiente, os representantes do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia sugeriram a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para destravar os gargalos do setor florestal. 

De pronto, o ministro Salles acatou a sugestão para instalar o GT. "Precisamos de apoio para fazer as mudanças, para colocar a racionalidade, para fazer valer a lei", comentou o titular da pasta. Na visão do ministro "a irracionalidade com que foi tratada a indústria, impedindo que ela pudesse prosperar, só jogou as coisas para a ilegalidade." 

Coordenador da banca - da do Pará, o senador Zequinha Marinho (PSC-PA) reforçou a necessidade do governo estruturar um plano de desenvolvimento regional sustentável para a Amazônia. "Somos 24 milhões de brasileiros que, no passado recente, foram esquecidos e deixados à margem das políticas públicas. É preciso resgatar o papel de protagonista do povo amazônida, dando a ele oportunidades para viver com dignidade e condições para o seu sustento", defendeu Zequinha, que entende que a "reativação do setor florestal abre novas oportunidades para a geração de emprego, renda e o desenvolvimento da região amazônica." 

O presidente da Cooperativa das Indústrias Florestais e Empreendedoras do Amapá, José Ribamar Rodrigues, entende que os problemas enfrentados são semelhantes entre os estados da Amazônia, e a solução encontrada para destravar a atividade no Amapá pode viabilizar o segmento no Pará, "por isso o GT, ao reunir todos em uma mesma mesa, tem esse potencial para destravar e resolver os problemas do setor", disse. 

Também presente na reunião, o deputado federal Delegado Éder Mauro (PSD-PA) reforçou a defesa de que "o setor é a única atividade que pode verdadeiramente manter a floresta em pé, baseado no tripé da sustentabilidade". De acordo com o deputado, viabilizar a indústria madeireira significa retomar o crescimento e o desenvolvimento da região amazônica. No documento, o setor pondera a necessidade de uma agenda florestal estratégica que simplifique a gestão florestal, garanta segurança operacional e jurídica para a atividade florestal, e a ampliação de incentivos à produção. 

Como proposta, a Frente Pró-Floresta da Amazônia Legal indica a utilização de parte do Fundo Amazônia na implementação de tecnologia em todas as modalidades do manejo, principalmente os comunitários. " Queremos construir um Marco legal, com iniciativas que possam responder principalmente com justiça e atenção à parte considerável do PIB e a todos que esperam por essa resolução", defende o coordenador da Frente e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Sidney Rosa.

Para o coordenador da Frente "é preciso resgatar o prestígio do setor florestal, conscientizando e educando ambientalmente a sociedade. Precisamos que os governos, federal e estadual, utilizem-se do princípio da boa-fé daqueles que trabalham no segmento, e não do princípio da má-fé, criminalizando e marginalizando o setor que mais contribui para a preservação do meio ambiente", concluiu.

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Pará
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