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Sapateiro pedala 10 Km por dia para chegar no trabalho

José Roberto é sapateiro e inicia seu expediente às 8h30 e encerra às 17h. Entre vindas e voltas para casa, o trabalhador afirma gastar 1h30min, em média.

Larissa Costa

O trajeto de Barcarena Sede até Vila dos Cabanos se tornou curto para o trabalhador informal que se dedica ao ofício de sapateiro há 40 anos. José Roberto Dantas, tem 64 anos e atravessa diariamente a via da Integração de bicicleta para atender seus clientes na Feira de Vila dos Cabanos.

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Juma foi o nome dado a bicicleta que auxilia o trabalhador durante o trajeto. Ele ocupa o último boxer de quem entra pelo portão da frente da Feira e todos sabem que podem encontrar o sapateiro naquele lugar. A movimentação é intensa e o entra e sai de clientes é indício da confiabilidade do trabalho exercido. Dentro da oficina não há espaço, tamanha a quantidade de pares de calçados amontoados na prateleira.

O sapateiro inicia seu expediente às 8h30 e encerra às 17h. Entre vindas e voltas para casa, o trabalhador afirma gastar 1h30min, em média. Enquanto o seu Beto, como é conhecido, concede a entrevista chegam novos clientes: “Eu vim lá da estrada do Caripi porque me indicaram dizendo que o trabalho dele é o melhor”, conta o senhor Ribamar Fernandes, deixando um par de sapatos aos cuidados do trabalhador.

Remanescente de uma profissão com cada vez menos representantes, seu Beto carrega habilidade e técnicas que o ofício exige para deixar os clientes satisfeitos. Antes de se tornar Sapateiro, seu Beto, como é conhecido trabalhava de carteira assinada na capital paraense, como Estivador. “Trabalhava em Belém durante a semana e aos finais de semana vinha para a casa dos meus pais e ficava olhando o meu cunhado trabalhar como sapateiro. Aprendi olhando ele fazer”, conta.

image José Roberto tem 64 anos e fôlego de um garoto (Larissa Costa)

Curioso, seu Beto aceitou a oferta de compra do material do cunhado e a princípio, intercalava o trabalho nas indústrias, com o trabalho informal, mas com a dificuldade de emprego fixo passou a se dedicar integralmente a nova profissão. O primeiro ponto de trabalho do Sapateiro foi na Feira de Barcarena Sede: “Em 1986 iniciei lá, mas não deu certo a parceria com um rapaz que trabalhava comigo. Certo dia resolvi aventurar aqui na Vila e me cederam um espaço debaixo de uma árvore que ficava ali”, aponta o trabalhador para o lugar que ocupada na velha estrutura da Feira, reformada em 2018.

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A primeira viagem de Barcarena Sede até Vila dos Cabanos aconteceu em 1989, desde então o trabalhador repete o trajeto seis vezes na semana. “Vale a pena atravessar a rodovia de bicicleta pra trabalhar aqui sim. Aqui fiz bons amigos e grande freguesia”, afirma.

Seu Beto não fica sem serviço. “Todos os dias que eu chego tem serviço. Mas também já peguei muita canelada”, explica seu Beto sobre os clientes que não voltam para buscar os sapatos. “Já cheguei a jogar vinte sacas de sapatos esquecidos”

O ofício, apesar de pouco exercido atualmente, é a principal fonte de renda da família do seu Beto que vive com a esposa. O casal criou dois filhos e que com o trabalho informal proporcionou estudo necessário para os filhos Kelyton da Silva Melo, 30 anos e Kelyda da Silva Melo, 27 anos, que concluíram curso superior em Tecnologia da Informação e Enfermagem, respectivamente.

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