Projeto Casulo alcança mais de 450 pessoas transexuais com serviços de saúde
O projeto realiza consultas médicas e não médicas

Em quatro meses de funcionamento, o Projeto Casulo atingiu a marca de 457 atendimentos feitos a pessoas transexuais. Para alinhar o fluxo e as próximas ações, principalmente em relação aos municípios, a equipe técnica da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) se reuniu com representantes de cada etapa do projeto e integrantes de movimentos sociais.
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“Reuniões como essa são necessárias, para que a gente possa saber o que pode ser melhorado nos nossos serviços. Hoje, nós reunimos todos os agentes que fazem parte do fluxo do ‘Casulo’ e estamos satisfeitos com tudo o que foi feito até o momento”, disse a diretora técnica da Sespa, Carla Figueiredo.
Por falta de atendimento adequado no Estado, Beatriz de Oliveira, primeira mulher transexual do Pará a realizar cirurgia de redesignação sexual, há 20 anos, precisou ir para São Paulo (SP) em busca do procedimento e de acompanhamento específico. Hoje, ela é atendida na Policlínica Metropolitana, em Belém, no âmbito do Projeto Casulo.
“Eu faço todo o acompanhamento aqui, pois por não ter mais certos hormônios eu preciso fazer a reposição, desde que fui diagnosticada com osteoporose”, contou Beatriz. “Recentemente, eu vim para uma consulta com o endócrino, e ele fez um atendimento minucioso, verificou minha pressão e hoje eu vim colocar um aparelho para monitorar meus batimentos cardíacos, pois ele notou que eu estava com a pressão alta e achou melhor investigar o que pode ser”, acrescentou.
Novo fluxo
Desde o lançamento do novo fluxo de atendimento ambulatorial e hospitalar para pessoas transexuais no Estado os pacientes passaram a ser integrados ao Projeto Casulo, via regulação municipal, dando entrada pela Atenção Primária - unidades Básicas de Saúde (UBSs), unidades municipais de Saúde, equipes de Saúde da Família e consultórios de rua.
Em seguida, são encaminhados à Policlínica Metropolitana de Belém, onde recebem atendimento multiprofissional por meio de consultas médicas e não médicas, antes de serem considerados aptos às cirurgias no Hospital Jean Bitar. O processo inteiro dura, em média, dois anos e é voltado a pacientes maiores de 18 anos, que não estejam em conformidade com o sexo de nascimento.
Após essa etapa, os pacientes passam também pelo Ambulatório Dermatológico da Universidade do Estado do Pará (Pará), onde recebem acompanhamento para se submeter à harmonização facial e receber cuidados para doenças não necessariamente ligadas ao processo.
“A reestruturação do atendimento de saúde da população transexual no Estado é uma ação pioneira na região Norte. Por isso, sabemos da responsabilidade que temos em mãos, e o nosso contato constante com os representantes dos movimentos sociais é reflexo disso”, afirmou o titular da Sespa, Rômulo Rodovalho.
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