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Fogo é usado como ferramenta de prevenção e combate a incêndios florestais na Amazônia; entenda

O projeto chamado “Voluntariado no Manejo Integrado do Fogo” tem uma abrangência nacional, com potencial de contribuição junto ao sistema de unidades de conservação (UCs)

O Liberal
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O mês de agosto, apontado pelos órgãos ambientais como o mês historicamente marcado por focos de incêndios florestais na Amazônia. Diante disso, o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) está construindo uma estratégia federal de voluntariado no Manejo Integrado no Fogo (MIF). O objetivo é incentivar e estruturar brigadas voluntárias que usam o fogo como instrumento de conservação ambiental no país.

O projeto chamado “Voluntariado no Manejo Integrado do Fogo” tem uma abrangência nacional, com potencial de contribuição junto ao sistema de unidades de conservação (UCs) e seu entorno, terras indígenas e territórios quilombolas, além de elementos integradores de paisagem como reservas legais e áreas de preservação permanente, no âmbito das propriedades particulares.

Um levantamento realizado pelo IPÊ, de janeiro a maio deste ano, identificou até o momento, 160 brigadas voluntárias voltadas para a prevenção e combate de incêndios florestais no Brasil, além de diversas outras instituições que atuam apoiando o voluntariado em atividades relacionadas ao Manejo Integrado do Fogo. A maioria desses grupos se concentra nos estados de Minas Gerais, Bahia e Amazonas.

Além das brigadas voluntárias, também foram identificados centenas de voluntários que atuam de forma individual ou coletiva em diversas atividades ligadas ao manejo integrado do fogo, como prevenção e combate aos incêndios florestais, educação ambiental e recuperação de áreas degradas, dentre diversas outras atividades, incluindo voluntários indígenas, ribeirinhos, agricultores familiares, extrativistas e quilombolas.

Na pesquisa realizada pelo IPÊ a maior participação de voluntários individuais ocorreu em Minas Gerais, Distrito Federal e na região do Arco do Desmatamento, no Amazonas e Pará.

“O IPÊ acredita no voluntariado como estratégia de engajamento e participação da sociedade na conservação da biodiversidade e no enfrentamento aos desafios climáticos. Unir representantes do governo, da sociedade civil e voluntários, para dialogar sobre o cenário atual do manejo integrado do fogo é essencial para reconhecer o impacto positivo dessas iniciativas”, afirma Angela Pellin, coordenadora do projeto Voluntariado no Manejo Integrado do Fogo, do IPÊ.

Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, afirma que o projeto do IPÊ é uma maneira de dar visibilidade para as iniciativas de voluntariado no MIF espalhadas pelo Brasil. “A gente precisa que as pessoas entendam a importância desse tipo de manejo para a conservação das florestas. Por isso, apoiamos e incentivamos espaços como esse que ajudam a gente entender mais a dinâmica, a funcionalidade e o contexto do manejo do fogo para o meio ambiental”, ressalta Agostinho.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que junho foi o mês com o maior número de focos de incêndio na Amazônia e no Cerrado, nos últimos 16 anos. Na Floresta Amazônica, foram registrados no mês passado 3.075 focos de incêndio. O número só é superado pelo registro de 2007, quando 3.519 focos foram contabilizados. Em junho do ano passado, o Inpe registrou 2.562 focos de incêndio, o que representa um aumento de 37% entre junho de 2022 e junho de 2023.

A iniciativa está alinhada com relevantes políticas, programas e instrumentos nacionais, tais como: a Política Nacional do Meio Ambiente, o Código Florestal revisado, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), o Plano Nacional de Áreas Protegidas (PNAP), a Lei 9.608/1998 que dispõe sobre o serviço voluntário, além do Projeto de Lei que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, em discussão no Senado Federal.

Resumo sobre o Manejo Integrado do Fogo

O Manejo Integrado de Fogo (MIF) é uma abordagem que envolve aspectos ecológicos, culturais, socioeconômicos e técnicos relacionados ao fogo com a finalidade de minimizar os danos e maximizar benefícios aos ambientes naturais e às populações locais.

O MIF agrega o conhecimento técnico e científico ao conhecimento tradicional de comunidades que fazem o manejo do fogo há gerações para produção de alimentos, caça, rituais religiosos e prevenção e combate à incêndios.

O Manejo Integrado do Fogo também ajuda na redução das emissões de poluentes atmosféricos por reduzir a quantidade e intensidade dos incêndios e aumentar a eficiência do combate, consequentemente contribui para a conservação da biodiversidade e das áreas de uso das populações tradicionais.

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