Movimentação é intensa na praia do Atalaia, em Salinas
Mesmo ainda em meio à pandemia, a movimentação já é melhor que 2020, segundo comerciantes locais
O final de semana em Salinópolis, litoral nordeste do Pará, foi marcado pelo que já se esperava encontrar nas areias claras banhadas pelo Oceano Atlântico: intensa movimentação de veranistas, carros na faixa de areia na Praia do Atalaia e gente em busca de diversão.
“Aqui é muito bom para surfar”, diz o protético dentário Marcelino Magalhães, que “pegava uma onda” ao lado do irmão. Para eles, Salinas é um ótimo lugar para praticar esportes. “Eu comecei a surfar com 35 anos e agora, estou com 57. Eu moro aqui e em Capanema, me divido entre as duas cidades, e por semana, pratico de cinco a seis horas de surfe”, diz o esportista.
Para quem quer se divertir sem caçar tanta emoção como os surfistas, o Atalaia também oferece opções mais confortáveis para famílias com crianças pequenas. A confeiteira Angela Novais é natural de Belém, mas mora em Petrolina, em Pernambuco. Na tarde de sábado, 17, ela aproveitou os “laguinhos” que se formam na areia da praia para brincar com os filhos e netos sem precisar entrar no mar agitado. “As três meninas são filhas e os dois meninos são netos. São muitos, né? E como eu estou sozinha, fica ruim de reparar, então, fiquei por aqui mesmo”, disse a mãe e avó, de férias em sua terra natal.
Contudo, a água acumulada que proporciona diversão para uns também causa prejuízos para outros. No mesmo perímetro em que as crianças brincavam, um motorista tentou atravessar um pequeno lago, mas não conseguiu e ficou atolado na água rasa, em uma cena que já é comum no veraneio em Salinópolis. O motorista tentou sair sozinho, mas não conseguiu, e precisou contar com a ajuda dos passageiros e de mais pessoas que passavam pela praia. Um outro carro que trafegava pela areia se ofereceu para amarrar uma corda para ajudar o veículo atolado a sair da situação desconfortável e, depois de algum esforço por parte das pessoas que o empurraram, o veículo conseguiu sair. Ele afundou tanto na água que o porta malas foi inundado. Mesmo depois de sair do atoleiro, o veículo não conseguiu ligar novamente e ficou parado, enquanto o proprietário tentava descobrir qual era o problema do motor do carro. Sem sucesso, a saída foi chamar um guincho para retirar o veículo da praia.
Para os comerciantes locais, esse ano foi de retomada lenta ao ritmo natural do balneário pois, mesmo ainda em meio à pandemia, as coisas estão melhores que em 2020. “Ano passado foi bem complicado. Veio uma parada repentina, ninguém estava esperando parar tudo”, diz Jarilson Tupinambá, presidente da Associação Rede de Desenvolvimento Sustentável e Turística da Amazônia Atlântica (Redestur). “Hoje, os restaurantes mais bem preparados estão mantendo o distanciamento, botaram pias para higienizar as mãos, e isso está trazendo uma resposta boa por parte do público. Mas muitas pessoas, no Maçarico, por exemplo, compram suas coisas nos restaurantes e levam suas mesas para a pista. É um modo que as famílias encontraram de estar distante da aglomeração”, conta sobre o novo modelo de consumo. “Não dá pra reclamar, pois já passamos por situações mais complicadas. Em relação ao ano passado tá melhor, mas nada comparável a 2019, 2018. Muita gente, mas o dinheiro circula menos”, revela Jarilson.
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