Limitar o uso de telas faz parte da volta à rotina de estudos

Pedagoga orienta como limitar o hábito de maneira saudável

Camila Guimarães
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As férias escolares se aproximam do fim e muitas famílias já se preocupam com a volta dos filhos à rotina de estudos. Um dos hábitos que precisam mudar com a nova agenda de horários é a limitação do uso de telas, que costumam ser a distração de muitas crianças durante as férias. Segundo a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e smartphones no Brasil, 44% das crianças com até 12 anos já possuíam, inclusive, um celular próprio em 2022. O percentual só foi mais baixo do alcançado em 2021, no auge da pandemia, que chegou a 49%.

Sofia Neves Almeida, aluna do 8º ano da rede municipal de Belém, faz uso de celular e tablet habitualmente, principalmente para assistir vídeos e lives. Seus pais, a funcionária pública Luciana Neves e o professor Athayde Almeida, consideram que ela passa mais tempo do que deveria com os aparelhos.

"Ela tem um tablet e um celular. Geralmente, quando descarrega um, ela usa o outro. Ela usa, no geral, para assistir a vídeos e falar com as amigas da escola e primas. Na época das férias o tempo aumenta significativamente, pois ela fica mais tempo em casa, e como nós trabalhamos, o celular acaba sendo uma distração quando está sozinha. Quando está estudando utiliza para fazer trabalhos e pesquisas. Mas, nas férias, acaba sendo para conversas e entretenimento mesmo”, explica a mãe de Sofia.

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Nesse período de maior tempo ocioso, Luciana e Athayde dizem que tentam usar algumas estratégias para evitar que a filha passe mais tempo do que o desejado diante das telas. Tentam estabelecer horários, sair mais para passear, colocá-la para fazer outras atividades, como atividade física e artes marciais - algo que ela já faz três vezes por semana. “Mas é difícil, especialmente nessa época de férias porque eles têm mais tempo ocioso, e a internet acaba sendo uma distração fácil, na palma da mão, literalmente”, diz Athayde.

Quando o ano letivo começa, os pais de Sofia contam que tentam limitar o uso do celular aos fins de semana, o que geralmente não acontece sem nenhuma objeção por parte da filha. O momento de tentar novamente se aproxima e Luciana já se prepara:

“Agora, com a volta às aulas, pretendemos diminuir mais a utilização das telas, certamente. Ela precisa voltar à rotina dos estudos, com os horários pré determinados, utilizar mais os livros, dormir mais cedo para se preparar para deixar essa rotina mais livre que tem nas férias”.

 

Pedagoga orienta como conduzir a limitação das telas

A pedagoga Joana D’Arc orienta que o melhor caminho para lidar com crianças mais apegadas às telas nesse período de volta às aulas é o diálogo. Além disso, ela avalia que algumas estratégias, como as mencionadas pelos pais de Sofia, costumam ser muito positivas:

“É necessário que os pais primeiramente acompanhem a rotina da criança e entendam as necessidades que elas demonstram ter, observando os interesses e inserindo coisas relacionadas a essas necessidades. Assim como envolvê-los com atividades lúdicas, que os façam questionar, solucionar problemas, ter interesse naquilo que está sendo proposto, para que, assim, elas comecem a desapegar mais do celular, aproveitando o mundo ao seu redor”.

Quando o uso das telas já está passando dos limites, Joana explica que as crianças costumam emitir sinais no comportamento, aos quais os responsáveis precisam ficar de olho: “Os mais psicológicos perceptíveis são ansiedade, agressividade, isolamento, dispersão, já o sinal físico pode-se notar sedentarismo, obesidade, problemas na visão, qualidade inadequada de sono, dentre outros”.

Por outro lado, a medida extrema de vetar completamente o uso dos aparelhos também pode não ser saudável. Por isso, a pedagoga orienta: “Os pais precisam acompanhar essas crianças conforme a idade e, assim ,estipular horários específicos e tempo para que assim elas consigam aproveitar o tempo com outras atividades”.

 

Dicas para diminuir o tempo de tela antes do volta às aulas

Trocar as telas por brincadeiras

Fazer dinâmicas

Estimular leituras

Ocupar o tempo da criança com outros conteúdos para que ela não se sinta ociosa e sem nada para fazer.

 

Prazos do volta às aulas no Pará

Rede municipal: 23 de janeiro

Rede estadual: 6 de fevereiro

Rede privada: de acordo com cada escola. Algumas já retornam nesta segunda (16)

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