Liderança e Amazônia em foco marcam encerramento do Mulheres Inspiradoras Hub COP 30 em Belém
Evento reuniu mais de 400 lideranças em três dias de debates sobre sustentabilidade, inovação e equidade de gênero rumo à COP 30
O Mulheres Inspiradoras Hub COP 30 chegou ao fim nesta quarta-feira (12), após três dias de programação intensa no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, em Belém. O evento, idealizado pela paraense Geovana Quadros, fundadora da Plataforma Mulheres Inspiradoras, reuniu representantes do poder público, empresas e organizações internacionais para discutir sustentabilidade, nova economia e liderança feminina na Amazônia, em paralelo ao evento da COP 30.
Logo após o encerramento, Geovana Quadros fez um balanço do evento, que consolidou Belém como centro de debate sobre o protagonismo feminino na transição verde. “Foram três dias de troca e aprendizado. Esse foi o maior ecossistema de mulheres durante a COP, no cartão postal de Belém, debatendo governança, economia regenerativa e sustentabilidade com foco em mulheres e por mulheres da região. Tivemos lideranças distintas de vários setores, de comunicação à economia de impacto, e um palco onde as mulheres realmente tiveram voz. Saio com o coração cheio por ver tantas mulheres potentes protagonizando esse momento histórico. Não existe pauta de nova economia e sustentabilidade se a gente não tiver mulheres da nossa região vocais no topo e ecoando a informação para o mundo”, afirma.
Três dias de programação e conexões
A edição especial do Hub COP30 reuniu mais de 100 palestrantes em 20 painéis e talks. O primeiro dia (10) teve como tema “COP30, Transição Verde e Clima”, e destacou o papel das mulheres na governança ambiental e nas decisões de impacto global.
O segundo dia (11) abordou “Nova Economia, Inovação e Poder Econômico Feminino”, discutindo o papel das redes colaborativas, da tecnologia e do investimento de impacto no fortalecimento da liderança feminina.
O encerramento (12) teve foco na Amazônia, Geopolítica e Governança Global, com painéis sobre combate à violência, inclusão financeira e o papel estratégico da região na agenda climática mundial.
“Mulheres à frente de todas as discussões”, diz Rose Maiorana
Durante o encerramento, a artista plástica Rose Maiorana, vice-presidente do Grupo Liberal e presidente do Mulheres Inspiradoras Pará, celebrou o engajamento das participantes e o impacto do evento. “Foi muito bom, a gente não esperava tantas mulheres novas participando e se inscrevendo já para o próximo evento. Foram três dias incríveis, com discussões profundas e inspiradoras. Sempre a mulher tem que estar à frente, e o que esperamos é que todas saiam satisfeitas”, afirma.
Amazônia e liderança global
O terceiro dia de programação também destacou a voz da floresta e a presença de lideranças amazônicas no debate climático. O painel “Propósito: Tolerância Zero à Violência e ao Silêncio”, promovido pela Vibra Energia, trouxe nomes como Clarissa Sadock, Laís Peretto e Eliana Costa para discutir políticas corporativas voltadas à prevenção da violência.
No painel “A Voz da Floresta: Mulheres que Cuidam, Curam e Transformam”, lideranças como Kamila Camilo, Irmã Henriqueta Cavalcante e Priscila Tapajowara compartilharam experiências de resistência e cuidado com o território amazônico. Já o Banco da Amazônia realizou o painel “Liderança Feminina e Inclusão Financeira na Nova Economia Amazônica”, mediado por Luciana Ikedo, com foco em estratégias de inclusão e desenvolvimento econômico sustentável.
Para Luana Ozemela, vice-presidente de Impacto Social do iFood, a presença feminina nos debates sobre sustentabilidade reflete o papel das mulheres nas transformações globais. “É extremamente relevante ter um evento como esse, onde se fala de empoderamento, consumo, educação e tecnologia. As mulheres representam e lideram as decisões de consumo, são maioria nas universidades e no mercado de trabalho. Então nada mais coerente do que ter mulheres que estejam à frente também das discussões sobre sustentabilidade e inovação”, destaca.
A vereadora Marina Bragante (Rede Sustentabilidade), que também participou das discussões, destacou que a transformação climática começa no cuidado com as pessoas. “O ponto de virada é a gente pensar nas pessoas. Tudo isso que a gente está fazendo aqui, esse encontro, as negociações, as articulações, é para a gente cuidar das pessoas aqui na Terra. Isso significa governos pensando em políticas públicas melhores, mas também significa a gente melhorar a forma como se relaciona com os outros no dia a dia”, afirma.
Participação e impacto social
O Mulheres Inspiradoras Hub COP 30 também atraiu profissionais da educação, segurança pública, empreendedorismo e terceiro setor, ampliando o diálogo sobre políticas de igualdade e prevenção à violência. A pedagoga Sônia Passos, participante da programação, ressaltou a relevância prática dos debates. “As discussões foram voltadas para a prevenção e o combate à violência. Ver nossos alunos aplicando o que aprendem e participando dessas reflexões mostra que o evento também gera frutos dentro das instituições”, afirma.
Já Jandaraci Araújo, cofundadora do Instituto Conselheira 101, avaliou que o evento fortalece a presença das mulheres amazônidas na agenda climática global. “Somos as mais impactadas pelas mudanças climáticas, então precisamos ser protagonistas dessa agenda. Este evento fortalece as mulheres do Pará e pavimenta o caminho das futuras gerações de inspiradoras.”
Hub consolida rede feminina rumo à COP30
Com a presença de nomes como Ana Carol Querino (ONU Mulheres), Marta Lívia Suplicy (Fiesp), Luana Ozemela (iFood), Rose Maiorana (Grupo Liberal) e Geovana Quadros (Plataforma Mulheres Inspiradoras), o evento consolidou-se como um dos maiores ecossistemas de mulheres em posição de liderança da América Latina.
Ao longo dos três dias, o Hub combinou debates, mentorias e apresentações de negócios liderados por mulheres, incluindo empreendedoras premiadas no Mulheres Empreendedoras da Amazônia 2025.
A realização contou com o apoio institucional da ONU Mulheres, Governo do Pará, Grupo Liberal e Vibra Energia, e com o patrocínio e parceria de organizações como Banco da Amazônia e Copastur.
Para Geovana Quadros, o legado do encontro é o fortalecimento de uma rede viva e atuante até a COP30. “Belém foi o ponto de virada. O que construímos aqui é um movimento vivo, que seguirá crescendo até 2025, mostrando ao mundo que a Amazônia tem voz, tem liderança e tem mulheres prontas para inspirar o futuro”, conclui.
(Laura Serejo, estagiária sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do Núcleo de Atualidades)
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