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Governo do Pará anuncia mais leitos e novo decreto com medidas restritivas no réveillon

Neste mês de dezembro, houve um aumento na busca por leitos de UTI e de atendimento clínico de casos do novo coronavírus

Enize Vidigal

Neste mês de dezembro, o Pará teve o maior índice de demanda por leitos de UTI e de atendimento clínico desde julho, com 356 pedidos de vagas registrados até este sábado, 26. Em razão disso, o governador Helder Barbalho anunciou o aumento preventivo da oferta de leitos – em mais 55 de UTI e 10 clínicos -, o ajuste no bandeiramento das regiões do Tapajós e do Xingu, que passaram do amarelo para o laranja (risco médio) e, ainda, a publicação de um novo decreto mais restritivo, na segunda-feira, 28. As forças de Segurança Pública irão atuar para cumprir decisões judiciais e decretos, priorizando o que for mais restritivo, ressaltou Helder.

Atualmente, o Pará contabiliza 289.795 casos confirmados, dos quais 270.836 se recuperaram e 7.124 óbitos confirmados por Covid-19. “Em junho chegamos a 67.149 casos, teve queda até novembro, com 18.148 casos. Já em dezembro, no dia 26, já tivemos 400 casos a mais do que novembro. Portanto, há uma curva de ascendência comparado ao mês de novembro. É por esta razão que nos leva à preocupação à ação preventiva para proteger a população”, disse o governador em live realizada na manhã deste sábado.

O objetivo é evitar medidas mais restritivas, como o lockdown enquanto não é possível imunizar a população. “Para que não esperemos chegar o caos, uma medida de um passo atrás nas restrições e no bandeiramento são fundamentais (...) Iremos agir para ter controle sobre o cenário epidemiológico, sobre o quadro da estrutura hospitalar aos pacientes de Covid e que isso não venha a impactar em outras estratégias de saúde demandadas pela população”.

“Desde de julho, viemos para próximo à normalidade da vida das pessoas. Suportamos com estabilidade as férias, o Círio – mesmo tendo sido diferente, mas com aglomerações –, eleições com bastante aglomeração nos 144 municípios e festas de natal. Todo esse calendário nos permitiu observar a estabilidade no quadro. Porém, as projeções fazem necessário que tomemos medidas restritivas severas que possam impactar diretamente no dia a dia das pessoas e ainda mais na economia do nosso estado”, anunciou Helder. “Não podemos imaginar q pelo fato da vida ter voltado quase à normalidade, não há mais perigo entre nós”.

image Bandeiramento por regiões no Pará  (Reprodução YouTube Governo do Pará)

O Secretário Adjunto de Gestão de Políticas de Saúde, Sipriano Ferraz, que também participou da live, disse que o estado estava com quadro de estabilidade devido à redução do número de casos, óbitos e internações até novembro, e, por isso, o número de leitos disponíveis chegou a ser reduzido. O hospital de retaguarda do Hangar, por exemplo, chegou a ter 420 leitos e passou para 160. “Nos últimos dias observamos tendência de variação que pode nos preocupar nos próximos 30 dias”, disse. Atualmente, estão ocupados 66% dos leitos de UTI e 41% dos leitos clínicos.

“Precisamos agir de forma pró-ativa e já deixar a retaguarda de leitos pronta caso se concretize o que as curvas de tendência estão mostrando. Não podemos descuidar, fomentar aglomeração, deixar de usar máscara, lavar as mãos e usar álcool em gel. Essas medida vão nos dar suporte para tentar barrar a tendência de aumento de Covid no estado”, destacou Sipriano.

Região Metropolitana

O reitor da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Marcel Botelho, que integra um grupo de pesquisadores de várias universidades e de especialistas da Saúde (Sespa), ressaltou, na live, que a situação é de estabilidade na avaliação do conjunto do estado. Porém, na análise por região, verifica-se a redução na demanda hospitalar somente na área Metropolitana de Belém e tendência de aumento nas demais regiões.

Sipriano e Helder completaram que o Hangar recebe grande parte dos pacientes de outras regiões que precisam de leitos clínicos e de UTI, especialmente vindos do Marajó Oriental e de parte do Nordeste Paraense, já que é o hospital de referência no atendimento de Covid no estado.

Bandeiramento

O bandeiramento nas regiões paraenses sofreu reajuste. A oferta e demanda por leitos hospitalares, a disponibilidade de equipamentos e material hospitalar são consideradas no bandeiramento, que vai do azul (risco mínimo- taxa de transmissão mínima e alta capacidade de resposta do sistema de saúde), passando pelo verde (risco baixo- taxa de transmissão baixa e alta capacidade de resposta), amarelo (risco intermediário- taxa de transmissão intermediária e média capacidade de resposta), laranja (risco médio- taxa de transmissão média e média capacidade de resposta) até o vermelho (risco alto- taxa de transmissão alta e baixa capacidade de resposta do sistema de saúde).

Houve mudança na classificação do Tapajós e do Xingu, que estavam em amarelo e passaram para o laranja, conforme anunciou o coordenador do programa Retoma Pará, Adler Silveira. Enquanto, a RMB, Baixo Tocantins e Marajó Oriental continuam no bandeiramento verde; o Araguaia e o Baixo Amazonas se mantém no laranja; enquanto Carajás, Nordeste e Marajó Ocidental se mantém em emarelo.

Sobre a mudança no bandeiramento do Tapajós e Xingu, o governador explicou que foi considerada a avaliação sobre o baixo percentual da população que teve contato com o vírus, cerca de 15%, que é a menor do estado. “A RMB chegou a 42% de contágio. E no Xingu e Tapajós variando em 15%, ou seja, o maior número de pessoas está exposta a vir a ter contato com o vírus”.

Decreto e Fiscalização

“Mediante o novo bandeiramento, decisões se fazem necessárias. Estaremos comunicando no Diário Oficial do Estado de segunda-feira (28/12) algumas medidas restritivas que dizem respeito fundamentalmente a aglomerações de pessoas em eventos coletivos”, anunciou o governador, sem maiores detalhes.

“Na capital temos um decreto municipal que proíbe festas a partir das 18h do dia 31 e será cumprido. Nos demais (municípios) vamos permitir 50% da ocupação da capacidade dos estabelecimentos, mas com limite de até 200 pessoas”, disse.

Em outro momento da live, o governador afirmou que as regiões terão festas limitadas a um número menor de pessoas, dependendo do bandeiramento: “Onde o bandeiramento passa para amarelo, como por exemplo Salinas, Bragança e Algodoal, estamos limitando a 30% a ocupação de cada estabelecimento ou até 150 pessoas”.

O secretário de Segurança Pública, Uálame Machado, assegurou na live que o novo decreto estadual vai trazer “exigências que serão rigorosamente cumpridas”. Ele afirmou que haverá fiscalização para que as decisões judiciais e decretos municipais e estaduais sejam cumpridos e que será dada prioridade às medidas que forem mais restritivas.

“Temos decisões judiciais em Mosqueiro, Salinas e Santarém e decretos municipais que estabelecem regras mais rigorosas. Em Mosqueiro, há decreto municipal que proíbe o funcionamento dos estabelecimentos a partir de 18 horas do dia 31. Em Salinópolis, há decisão de eventos para até 150 pessoas e alguns estabelecimentos conseguiram liminar para 50% da capacidade, o que pode ser uma capacidade para 1 mil pessoas. Fiscalizaremos o Nordeste, em especial Salinas, observando o limite que for definido no decreto estadual com até 150 pessoas, observando o protocolo de disponibilização de álcool, uso de máscaras e distanciamento”.

 “O Pará está com a média de 37% de isolamento nos dias comuns e 45% nos feriados. Nos preocupa o retorno dos eventos comerciais e privados em residências. Estamos com a operação ‘Festas Seguras’ em andamento, porém focado muito na preservação de vidas com segurança e cumprimento de protocolo (sanitário). Estamos com equipes nos principais balneários”, falou o secretário.

 

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