MENU

BUSCA

Barraqueiros esperam movimento 30% menor e cobram colaboração de consumidores

Muitos clientes não têm levado a sério as regras de prevenção contra a pandemia, deixando com os atendentes a delicada missão de alertá-los

Victor Furtado

"Começamos julho sabendo que iríamos trabalhar. Mas não sabemos se vamos findar trabalhando", declara Marcelo Guedes, presidente da Associação dos Barraqueiros do Município de Salinópolis (Abams). Só na praia do Atalaia, a mais movimentada, são 77 estabelecimentos. Todos operando à metade da capacidade normal. Tanto em número de funcionários quanto em número de mesas disponíveis. Isso, diz ele, não é só cumprimento de regras. É preservar a segurança dos consumidores e dos trabalhadores da praia.


Curiosamente, observa Marcelo, não são os consumidores que exigem cuidados contra a covid-19. São os donos dos estabelecimentos e funcionários que mais se preocupam. Há planos para transporte particular. E os trabalhadores precisam explicar as orientações de segurança, organizar mesas, falar sobre horários de saída da praia e higiene. Os consumidores não vão de máscara. Então os garçons e vendedores ambulantes precisam se preservar. Nas barracas, há dispensers de álcool em gel e limpeza constante, inclusive no dinheiro e cartões.

LEIA MAIS:

Para os veranistas, quase nada mudou em Salinópolis

Verão em plena pandemia gera incertezas em Salinópolis

Para o presidente da Abams, há como ajustar melhor os horários. Atualmente, o horário de entrada na praia encerra às 17h e a saída às 19h. Ele acredita que se a entrada pudesse ir até 18h e a saída às 20h, haveria ganhos para os comerciantes e atenderia vontades de um público específico, que gosta de curtir o pôr do sol, fazer fotos e comer ou beber algo apenas nesse horário. Assim como tem o público da manhã de domingo.

"Essa uma hora faz uma enorme diferença. Mas estamos tendo bastante diálogo e não podemos reclamar do contato com o poder público. Vamos ver como ficam os próximos finais de semana", concluiu Marcelo. Por enquanto, a estimativa é fechar o mês de julho com um faturamento, em média, 30% abaixo do que anos anteriores.

Com 35 anos como barraqueiro, Luiz Antônio dos Santos diz ser o veraneio mais diferente e atípico de toda a história. Particularmente, ele ainda não acha tão seguro o retorno ao trabalho e liberação das praias, durante a pandemia. Só que as contas não esperam. "Está difícil porque não estamos acostumados com isso e precisamos eliminar esse vírus. O movimento ainda está fraco e vai ser difícil sem os ônibus com os farofeiros e com os farofistas, que trazem movimento". Ele afirma que existe diferença.

Pará