Barcarena: criação de taxa para entrada de ônibus em praias divide opiniões

A lei, de autoria do próprio Executivo Municipal, foi aprovada pelos vereadores e já foi publicada no Diário Oficial do Município

Daleth Oliveira
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Às vésperas das férias escolares, período de alta temporada no turismo e comércio, o prefeito de Barcarena, Renato Ogawa, sancionou a Lei Nº 2289 que define "prévia autorização" e determina taxa para acesso, circulação e permanência de veículos de turismo nos limites territoriais das praias do município da Região Metropolitana de Belém. A lei, de autoria do próprio Executivo Municipal, foi aprovada pelos vereadores e já foi publicada no Diário Oficial do Município nesta sexta-feira (24).

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A proposta causou polêmica na cidade. A lei determina que os responsáveis por passeios que utilizam ônibus, micro-ônibus, vans e similares peçam autorização de acesso com 15 dias úteis de antecedência à chegada no município. Caso sejam aprovados, o estacionamento desses veículos, em locais determinados pela Prefeitura, terão que pagar taxas que variam entre R$ 100 e R$ 2 mil, dependendo do tipo do automóvel, tempo de permanência e se os passageiros ficarão ou não hospedados no município.

Proposta gerou controvérsia

Jordano Silva, professor e morador de Barcarena, é contra a cobrança municipal. Ele acredita que a cobrança pode acabar pesando no valor das passagens e assim, limitando o lazer da população. “Acredito que essa lei, infelizmente, vai limitar o acesso das pessoas, pois parece que existe um exclusivismo, principalmente aos visitantes mais pobres. Penso que se a taxa vai para o ônibus, a passagem vai ficar mais cara obviamente. Então, com esse possível aumento, que pode impossibilitar turistas mais carentes de pagar essa viagem, eu sou contra. Sem falar que se for comparar com outros balneários, nossa cidade vai perder em competitividade”, criticou o educador.

O empresário do ramo de turismo, José Ricardo Nascimento, mais conhecido como Casca, mora na Cremação e trabalha levando turistas para Barcarena e demais cidades turísticas do Norte e Nordeste. Ele acredita que a cobrança para entrar com o ônibus na cidade pode inibir a atividade turística no local.

“Essa taxa pode diminuir essa entrada de visitantes na praia, pois essa quantia será repassada para os passageiros dos ônibus. Além disso, acredito que os barraqueiros serão prejudicados, pois vão vender menos. Mas como já foi aprovado, espero que esse dinheiro gere melhorias nas estradas". aponta.

A empresária Dalila Baía, moradora de Barcarena, aponta que o projeto deve reduzir a circulação de ônibus e melhorar o fluxo. “Inicialmente, eu fui contra. Pois vejo que o turismo, os visitantes trazem muito benefício para o comércio local. Fiquei preocupada pensando que esse fluxo de pessoas poderia até diminuir na cidade, pois com a taxa, quem vem de fora pode não mais querer mais vir em Barcarena porque tem outros locais que não cobram. Mas sendo apenas os ônibus de turismo, acredito que seja justo e isso vai ajudar a melhorar ainda mais a nossa orla, controlando a quantidade e qualidade dos veículos que aqui circulam”, opinou.

Para o secretário de Cultura e Turismo de Barcarena (Secult), José Oscar Vergolino, a taxa se justifica pelo o alto fluxo de transportes turísticos na cidade. “ Esses transportes que a gente chama de City Tour, que são os ônibus que vem pra cidade de Barcarena para diversas praias. E para prestarmos um serviço melhor para esses ônibus e para a nossa população, vamos usar essa taxa para melhorar a acessibilidade, duplicando e asfaltando vias de acesso, preparando o estacionamento para esses ônibus”, explica.

“A Prefeitura viu essa necessidade de fazer o ordenamento e assim, prestar um serviço melhor para essa população turística que está procurando nosso município, para esse dono de ônibus para a empresa de turismo que está vindo pra cá, e principalmente pros nossos munícipes. Com essa lei, vamos sinalizar para o motorista que ele pode vir com segurança, que ele vai ter um local para guardar o ônibus dele, um local reservado sem atrapalhar o ir e vir dos munícipes”, defende o chefe da Secult.

Por meio de nota, a Prefeitura de Barcarena informou que a Lei vai garantir mais segurança e a livre circulação das pessoas, bem como a proteção dos ecossistemas naturais das praias, principalmente no Caripi que recebe milhares de visitantes aos finais de semana. “Os valores arrecadados com a cobrança das tarifas serão destinados para os fundos especiais, sendo 80% para o Fundo Municipal de Turismo e 20% para o Fundo Municipal de Trânsito”, reafirmou a prefeitura de Barcarena.

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