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'Rios de Violência': documentário de estudantes da UFPA conquista prêmio nacional de Jornalismo

Os estudantes Vinicius Gonçalves, Vitória Rodrigues e Denily Fonseca buscaram combater a estigmatização do cenário marajoara

Victoria Rodrigues

Inspirado nos retratos da violência sexual na Ilha do Marajó, um grupo de estudantes de jornalismo da Universidade Federal do Pará (UFPA) conquistou o 17° Prêmio Fernando Pacheco Jordão para Jovens Jornalistas, do Instituto Vladimir Herzog. O documentário intitulado “Rios de violência: A exploração sexual de crianças e adolescentes na ilha do Marajó (PA) – Uma tragédia oculta” foi premiado em uma cerimônia realizada no dia 9 de julho, no Centro Cultural São Paulo.

Pensando em realizar uma pesquisa mais detalhada sobre o tema sensível, os alunos Vinicius Gonçalves, Vitória Rodrigues e Denily Fonseca, que são moradores de Belém, viajaram até o município de Breves com o intuito de capturar imagens e ter o olhar mais apurado para a produção do documentário. Para isso, eles tiveram a orientação da professora da Faculdade de Comunicação (Facom) e Programa de Pós Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCOM) da UFPA, Rosane Albino Steinbrenner.

“A ideia de produzir o documentário surgiu quando uma amiga nossa sugeriu que a gente se inscrevesse para concorrer ao prêmio. A gente conversou, Denily, Vitória e eu, e decidimos submeter uma pauta pro prêmio. De primeira, a gente pensou em um tema totalmente diferente do que trabalhamos, mas a partir de uma conversa que a Denily e a Vitória tiveram na rua, a gente trocou toda a nossa pauta, no último dia para a submissão das pautas”, explicou o estudante Vinicius Gonçalves.

Segundo Vinicius, o propósito da produção audiovisual foi demonstrar que a exploração sexual no território marajoara é completamente diferente da forma como é midiatizada por influenciadores, políticos e alguns veículos de comunicação do estado. Com base nesse princípio, os estudantes tentaram, por meio da criação jornalística, combater as expressões sensacionalistas e a estigmatização do assunto na região amazônica.

“Para mim, o sentimento de conquistar um prêmio nacional de Jornalismo é único. O Instituto Vladimir Herzog é um importante propulsor de direitos humanos no Brasil e ser reconhecido por eles deixa, não só eu, mas Denily e Vitória também, muito felizes. Fico muito orgulhoso por termos conquistado isso”, finaliza Vinicius Gonçalves.

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Premiação nacional

O Prêmio Fernando Pacheco Jordão Para Jovens Jornalistas é organizado pelo Instituto Vladimir Herzog e pela Lei Rouanet, com o apoio da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). Na edição deste ano, o tema central da premiação nacional foi “Retratos das Violências no Brasil”, pensado especialmente para compreender as múltiplas formas e dimensões da violência na sociedade brasileira.

Em homenagem ao profissional Fernando Pacheco Jordão, o prêmio foi criado para dar continuidade ao seu legado de apoio ao desenvolvimento de jovens estudantes de Jornalismo do Brasil. O jornalista faleceu em 2017, mas deixou um importante legado por meio de seu livro “Dossiê Herzog – prisão, tortura e morte no Brasil”, um instrumento fundamental para se entender a dinâmica da história recente do país.

(Victoria Rodrigues, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali, editora executiva em Oliberal.com)