Prefeita de Marituba revela ter sido vítima de violência do ex-marido: ‘Cortou meu cabelo com faca’
Revelação foi feita por meio de um vídeo publicado nas redes sociais, no dia em que a Lei Maria da Penha completou 19 anos
Em vídeo publicado nas redes sociais na quinta-feira (7), a prefeita de Marituba, Patrícia Alencar, revelou que foi vítima de violência doméstica durante anos, praticada por seu ex-marido: "Precisei dormir em hotel, para que meus filhos não me vissem". Nas imagens, a gestora municipal destaca a Lei nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, que foi sancionada em 7 de agosto de 2006 e completou 19 anos em 2025.
O relato foi feito em um vídeo publicado nas redes sociais, no qual a prefeita lê uma carta contando os abusos que sofreu ao longo do relacionamento. Segundo ela, a primeira agressão ocorreu quando ainda estava na faculdade, quando o ex-marido descobriu que ela faria um trabalho com um colega de turma homem.
“Tudo começou com um namoro de infância, tudo parecia lindo e mágico, em um início de carinho e amor. Mas, com o tempo, tudo foi mudando. O ciúme começou a tomar conta, tornando-se abusivo e doentio. A roupa deixou de ser escolha minha, a amizade se tornou ameaça, pois na cabeça dele, qualquer amizade seria motivo de traição. [...] Na faculdade, sempre fui impedida de fazer trabalhos com colegas homens, quando fui inserida em um grupo com apenas um homem, que era homossexual, e ele descobriu, porque tinha a senha dos meus celulares, ele me confrontou. Inocente, respondi que era um amigo meu, o Franklin. Foi o bastante, levei o primeiro soco no rosto e, depois disso, ele cortou meu cabelo com uma faca”, relatou.
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Ainda segundo a prefeita de Marituba, mesmo após ter sido agredida, ela acabou perdoando o então companheiro e se casando com ele, e tinha esperança que a violência parasse. No entanto, os abusos continuaram e, em muitos casos, ocorrendo em público.
“Ao longo dos anos, a violência foi escalando, dos puxões de cabelo, às marcas permanentes no meu corpo. [...] Passei a apanhar na frente de colegas de trabalho, em uma ocasião recebi tapas na orelha, que chegou a sangrar na frente de todos. Foi tanta vergonha que precisei dormir em um hotel, para que meus filhos não me vissem daquele jeito”, disse.
A prefeita, revelou que o caso ocorreu há 16 anos, e incentivou que mulheres denunciem agressores, inspiradas por seu relato: “Meu relato é também o de muitas. Se você está passando por isso, não se cale. Procure ajuda. Denuncie”.
Como denunciar?
Para denunciar casos de violência doméstica, vítimas ou testemunhas podem acionar a Central de Atendimento à Mulher pelo número 180, que funciona 24 horas, mas não faz o acionamento imediato da polícia para deslocamento ao local, a central toma as providências adequadas para cada caso. Em situações de emergência ou flagrante, o número correto para contato é o 190, pois a polícia pode intervir imediatamente. Em Belém, as vítimas também têm a opção de registrar a denúncia diretamente na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), localizada na Travessa Mauriti, 2394, no bairro do Marco. E, em Ananindeua, o endereço da DEAM é na Tv. We-31, Cidade Nova V, número 1112.
Confira o relato completo:
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