Em Marabá, fiéis saem às ruas no 45º Círio de Nossa Senhora de Nazaré

Neste terceiro domingo de outubro (19), milhares de fiéis saíram às ruas de Marabá para celebrar o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Em 2025, a festividade chega 45ª edição e é considerada uma das maiores manifestações religiosas do Estado. Os 7,5 quilômetros da romaria formam um trajeto marcado por promessas e gratidão, que conecta a fé dos marabaenses de geração em geração.

Entre os que faziam suas orações com pedidos à Nossa Senhora, estava Jordana Ribeiro. “Eu estou pedindo pela saúde da minha filha, que é epilética. Ela tem só quatro anos e recebemos o diagnóstico há um ano e meio. No ano passado, eu também estive aqui, esse é o segundo ano que venho fazer esse pedido pela intercessão de Nossa Senhora. Com muita fé de que minha filha vai ficar boa”, Jordana Ribeiro, médica veterinária.

Em meio aos que caminhavam com a mão na corda, um homem todo vestido de branco, usando um filá (uma espécie de adorno de tecido para cabeça) e fios de conta chamava atenção. O bartender Jeová Lopes é adepto da umbanda e fez questão de pagar promessa usando suas vestes do terreiro. “Eu sempre quis ser pai e a minha vinda ao Círio é para agradecer pela vida da minha filha, que já está com 10 anos de muita saúde e energia. Eu gosto de vir vestido assim para mostrar que, embora eu não seja católico, essa é uma festa de fé, diversa e onde cabem todos”, explicou Jeová.

A berlinda que conduz a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré deixou a Praça da Igreja Catedral, na Marabá Pioneira, às 7 horas e chegou na Igreja Santuário, na Nova Marabá, às 11h15. No local, o Bispo Dom Vital Corbellini celebrou a missa e deu a bênção final aos romeiros.

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Uma história de fé

A devoção a Nossa Senhora de Nazaré em Marabá remonta a 1979, quando religiosas receberam uma pequena imagem da Virgem. O primeiro Círio na cidade foi realizado no ano seguinte, 1980. Desde então, a festa cresceu em proporção e alcance, tendo seu percurso ampliado para acolher a multidão crescente de romeiros. De acordo com a Defesa Civil do município, o público que saiu às ruas na manhã deste domingo foi estimado em 400 mil pessoas.

Embora seja inspirado no grandioso Círio de Belém, a manifestação em Marabá possui características próprias que a distinguem. Uma delas, por exemplo, é que a corda não é cortada no fim da caminhada. Por isso, houve cordas reaproveitadas por até quatro anos. Já uma semelhança com a romaria da capital é a realização de um Círio Fluvial pelas águas do Rio Tocantins, que banha Marabá. Esse é um momento considerado por muitos um reforço ao forte laço da população com suas tradições ribeirinhas.