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Missa campal marca o Dia de Finados no Parque Cemitério Soledade

Para o Diácono Walter Rolim, a missa é um momento para reconfortar amigos e familiares que perderam seus entes queridos.

Laiana Damasceno

O Dia de Finados foi de intenso movimento no Cemitério Soledade, no bairro de Batista Campos, em Belém, nesta quinta-feira (2). Centenas de pessoas visitaram o espaço, alçado à categoria de Parque Público após um processo de restauro de túmulos históricos. No fim da tarde, uma missa conduzida por D. Paulo Andreolli, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém, na capela do cemitério, marcou as homenagens feitas pelos familiares em memória aos entes já falecidos.

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Para o Diácono Walter Rolim, a missa é um momento para reconfortar amigos e familiares que perderam pessoas queridas, dando-lhes forças para superar as perdas e dar continuidade ao legado dos que se foram. “O Dia de Finados é o dia de pedirmos a Deus que sejamos confortados pela fé e aqueles que se foram, que tanto nos ajudaram e nos fazem falta, possam seguir um caminho de luz. A gente hoje vem também agradecer e pedir a eles iluminação para continuar a sua caminhada”.

Como observou o Diácono, muitas pessoas visitam o local para render homenagens aos santos populares. “O túmulo de uma criança falecida aos sete anos e que ficou conhecida como “menino Zezinho”, é um dos mais visitados do cemitério. Ele teria morrido de pneumonia em meados do século 19. Ele outras pessoas ali sepultadas e a quem se atribui milagres, como Preta Domingas, escrava Anastácia e menina Januária, são buscadas por devotos que visitam o local também às segundas-feiras, quando o cemitério é aberto à visitação. Durante o Dia de Finados, o cemitério fica aberto até as 19h”, conta.

A empresária Ana Carolina Neves, 44 anos, conta que foi a primeira vez em que participou de uma missa dentro do Parque Cemitério Soledade. “Essa missa de Dia de Finados foi diferente. Eu nunca havia participado de uma missa campal no cemitério, afinal, não é muito comum”.

História do Soledade

O cemitério foi projetado por um arquiteto francês e inaugurado em 1850 e desativado 30 anos depois. No espaço há mais de 400 túmulos. Cerca de 30 mil pessoas foram sepultadas no local.

Em 1964, foi tombado pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio arquitetônico, urbanístico e paisagístico. 

O local agora é o Parque Cemitério da Soledade, unindo museu e educação patrimonial, e aberto para visitações.

As visitações são de quinta a segunda-feira, das 9h às 17h no bairro Batista Campos. O público pode andar entre túmulos e mausóleos do século XIX.