Cachaça paraense é finalista em concurso para escolher a melhor do Brasil
Produzida em Abaetetuba, Indiazinha é a única cachaça paraense no ranking
Abaetetuba, no sudoeste do Pará, já faz parte da rota nacional de produção de cachaça pelo seu histórico como terra de engenhos e destilarias. É de lá que vem a bebida que, atualmente, está entre as 50 melhores do Brasil, segundo o 5º Ranking Cúpula da Cachaça, iniciativa que visa divulgar e fomentar a qualidade do destilado nacional brasileiro.
VEJA MAIS
A cachaça paraense que concorre ao título é a Indiazinha Carvalho, que leva esse nome devido ao seu processo específico de produção, conforme conta o master blender da marca, Omilton Quaresma: “Nossa cachaça é produzida pelo método artesanal. A especificidade da Indiazinha Carvalho se deve ao período de armazenamento da bebida em barris de carvalho europeu, onde envelhece por aproximadamente dois anos. É nessa etapa que ela agrega a cor, aroma e sabor da madeira”.
Pará é reconhecido nacionalmente na produção de cachaça
Omilton explica que ter a bebida selecionada no ranking coloca o Pará na linha de reconhecimento como um dos principais produtores de cachaça do país, ao lado de estados já famosos no setor, como São Paulo e Minas Gerais. “Nesse concurso, a gente não se inscreve, nós somos indicados. E, entre todas as marcas participantes, as 250 melhores são escolhidas por voto popular, depois, as 50 melhores são escolhidas por especialistas. Então isso significa muito reconhecimento para a região”.
Confira os destaques da cachaça Indiazinha Carvalho
Segundo o produtor, a Indiazinha Carvalho se destaca pelas etapas específicas de produção, que tornam suas características únicas, como a colheita de cana crua (que não passa pelo processo de queimada), a fermentação natural, a destilação em alambiques que cobre e, por fim, o envelhecimento nos barris de carvalho europeu. Para Omilton, a cachaça tem, ainda, o sentido de resgate de uma cultura:
“Depois do auge da produção de destilados em Abaetetuba, no século XX, a indústria local quase sucumbiu, devido a várias questões, entre elas, a abertura de concorrência, com a construção da estrada Belém-Brasília, entre outros problemas. A Indiazinha já nasceu no século XXI, por dois amigos, engenheiros químicos, que trouxeram o que tinha de mais moderno na indústria dos destilados, fazendo um resgate histórico e cultural, que quase tinha desaparecido”, explica Omilton.
Nesse momento, a cachaça paraense segue entre as 50 melhores e passará pela terceira e última etapa do concurso: a degustação às cegas. Nessa fase, degustadores vão dar notas às cachaças, sem identificação e, ao final de um processo estatístico, o resultado será apresentado em ordem decrescente. A cachaça que apresentar a melhor nota, nas três categorias, será intitulada a Cachaça do Ano.
Omilton conta que não é a primeira vez que a Indiazinha entra no concurso, mas este ano, as expectativas são maiores: “Nós fomos ranqueados em 2018, com a Indiazinha Flecha de Ouro. Essa é a segunda vez que participamos do concurso, agora com a Indiazinha Carvalho. Em 2018, ficamos na 19ª posição, hoje, a nossa expectativa é ficar entre as 10 primeiras”, comenta.
Palavras-chave