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'Abril Azul' busca a conscientização contra os preconceitos

O 'Abril Azul' e o 'Dia Mundial da Conscientização do Autismo' ainda são fontes de informação e conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Patrícia Baía
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Domingo, 2 de abril, se comemora o “Dia Mundial da Conscientização do Autismo” e o mês todo é dedicado também a causa, o chamado Abril Azul. O calendário alusivo existe desde 2008 e foi definido pela Organização das Nações Unidas( ONU).

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O Abril Azul e o Dia Mundial da Conscientização do Autismo ainda são fontes de informação e conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A cor azul é devido o autismo ser mais comum em meninos.

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento e, ao contrário de pessoas com outras síndromes, como a síndrome de Down, o autista não possui características que podem ser identificadas pelo olhar.

Os primeiros sinais podem ser percebidos quando a criança ainda é um bebê. Foi nesta fase que Thamires Souza, descobriu o autismo em seu filho Carlos Daniel, de 4 anos.

“Ele começou a se desenvolver bem e brincava, mas quando foi um pouco antes de fazer um ano eu percebi que ele começou a apresentar movimentos repetitivos principalmente quando estava muito feliz, deixou de brincar com o carrinho e passou a se interessar somente pelas rodinhas e depois parou de falar as poucas palavrinhas que já sabia, parou de dar tchau e jogar beijo. Eu percebi que tinha alguma coisa errada e decidi ir atrás”, contou a mãe.

image Henrique e Thamires Souza com o filho, Daniel (Divulgação/ Arquivo Pessoal)

A fase do diagnóstico é uma das mais complicadas segundo a mãe. A criança passa por diversos profissionais até que seja confirmado o TEA e quando confirmado começa uma outra fase conhecida como luto.

“O luto não é só quando a gente perde alguém, mas é quando a gente tem uma quebra de expectativa. Ninguém espera ter um filho autista, mas eu sabia que tinha que passar por isso e me levantar. E esta fase do luto é diferente para a mãe e para o pai”, contou.

Falta de profissionais ainda é um problema

As atenções de Thamires são totalmente voltadas para seu filho e por isso há dois anos decidiu parar de trabalhar para poder acompanhar de perto as atividades que são necessárias para o desenvolvimento do Daniel. “Eu e meu esposo conversamos e decidimos que eu iria parar por enquanto de trabalhar e mais pra frente eu volto. Eu decidi deixar a carreira profissional para focar mais nele. E tá valendo a pena”, explicou.

Dedicação e amor que não só as mães tem por uma criança autista. Érica Gomes, de 38 anos, é ex freira e descobriu sua verdadeira vocação no momento que começou a ter os primeiros contatos com as crianças autistas. A Goiana, é estudante de pedagogia e mora há três anos em Castanhal. “Eu entrei no convento na adolescência e desde criança queria ser freira, mas em um certo momento da minha vida eu percebi que faltava algo e comecei a pensar na minha verdadeira vocação. Quando vim morar em Castanhal ainda era freira e decido abandonar tudo e fui estudar pedagogia e foi estagiando em uma escola que conheci as crianças mais especiais do mundo”, contou.

image Érica Gomes, estudante de pedagogia: quer se dedicar às crianças com TEA (Patrícia Baía/ O Liberal)

A futura pedagoga descobriu o seu verdadeiro propósito de vida. “O meu maior dom é lidar com os autistas. Eu me apaixonei por essas crianças e quero me aprofundar neste universo para fazer a diferença na vida deles. Vou me formar e buscar mais conhecimentos em educação especial. E hoje entendo o meu verdadeiro chamado que não era ser religiosa e sim para cuidar dessas crianças apaixonantes”, explicou Érica.

image Cilene Cavalcante, diretora do Ceapa: "demanda é muito grande" (Patrícia Baía/ O Liberal)

Centro especializado

Desde 2014 o município de Castanhal oferece serviço de atendimento aos autistas de zero até os 16 anos no Centro de Atenção à Pessoa com Autismo – CEAPA. Atualmente 194 pessoas estão em tratamento e existem mais 169 na fila de espera, como explica a diretora do centro, Cilene Cavalcante. “Nossa demanda é muito grande e todos os dias recebemos mães que chegam com o diagnóstico de autismo de um filho, mas infelizmente nossa capacidade está no limite, mas nós fazemos o acolhimento e ela entra na fila de espera”, explicou.

image Equipe do Ceapa é formada por 21 profissionais; todos os dias recebem mães aprendendo a lidar com o diagnóstico (Patrícia Baía/ O Liberal)

O CEAPA é formado por uma equipe de 21 profissionais e este número é pequeno diante da demanda. “No final do ano passado muitos profissionais saíram do centro para trabalhar em seus próprios consultórios e estamos com falta de profissional e aguardando a recolocação dos novos que será feita ainda este ano pela Secretaria Municipal de Saúde. Enquanto isso vamos atendendo da melhor forma possível”, disse a diretora.

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