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Trump adia aumento das tarifas ao México por 90 dias

Donald Trump confirmou na quarta-feira (30) novas tarifas ao Brasil

© Agence France-Presse

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na quarta-feira novas tarifas ao Brasil, que nesta quinta (31) ainda não alcançou um acordo, enquanto o México respira aliviado com o adiamento por 90 dias de seu aumento tarifário a algumas horas do fim do prazo.

Várias economias importantes, como Brasil e Índia, não chegaram a um acordo com Washington para reduzir as tarifas alfandegárias que Trump planeja aplicar a partir da meia-noite com o objetivo de impor uma nova ordem comercial mundial.

"As tarifas tornam os Estados Unidos grandes e ricos de novo", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social nesta quinta.

Até agora o Brasil é o país mais afetado pelas tarifas, em parte como retaliação pelo julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado após perder as eleições presidenciais de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.

Os produtos brasileiros estarão sujeitos a uma sobretaxa de 50% a partir de 6 de agosto, com exceções como suco de laranja, energia, aeronaves civis e seus componentes, fertilizantes, metais preciosos, celulose ou ferro-gusa, entre outros.


- México aliviado -

O presidente americano de 79 anos mostrou mais indulgência com o México após ter, segundo ele, uma conversa por telefone "muito bem-sucedida" com sua contraparte mexicana, Claudia Sheinbaum.

"Concordamos em estender, por 90 dias, exatamente o mesmo acordo" com o objetivo "de assinar" um tratado "dentro desse prazo, ou até mais", esclareceu Trump.

Portanto, o México continuará pagando a tarifa de 25% que lhe foi imposta para incentivá-lo a combater o tráfico de fentanil, 25% nos automóveis e peças soltas que não procedem dos Estados Unidos, 50% no aço e alumínio e, a partir de sexta-feira, 50% no cobre.

Os produtos incluídos no Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC), do qual fazem parte México, Estados Unidos e Canadá, estavam protegidos dos encargos, ou seja, sua imensa maioria.

Foi alcançado "o melhor acordo possível" se comparado com outras nações, afirmou Sheinbaum em coletiva de imprensa.

O México, que estava exposto a tarifas alfandegárias adicionais de 30%, "concordou em eliminar imediatamente suas numerosas barreiras comerciais não tarifárias, que eram muitas", acrescentou Trump em sua mensagem, sem especificá-las.


- 80 países afetados -

Primeiro de agosto tornou-se a nova data simbólica para uma série de tarifas alfandegárias além do mínimo universal de 10%, imposto em abril à maioria dos países, e das aplicadas a certos produtos, como 50% sobre alumínio e aço ou 25% sobre automóveis.

A porta-voz da Casa Branca Karoline Leavitt garantiu que nesta quinta-feira será assinado o decreto, que entrará em vigor na sexta-feira.

Neste dia, também entrarão em vigor sobretaxas de 50% para os produtos fabricados com cobre, mas as importações do metal bruto ficam de fora, uma ótima notícia para o Chile.

As tarifas alfandegárias sobre os produtos de aproximadamente 80 países, incluindo os 27 da União Europeia (UE), aumentarão a partir da meia-noite, entre 11% e 50%, dependendo da origem dos bens.

Alguns países, como Japão, Coreia do Sul, Reino Unido, Vietnã, Indonésia e Filipinas, além da UE, chegaram a acordos com a Casa Branca, o que se traduz em sobretaxas inferiores às inicialmente anunciadas.

Os produtos coreanos, europeus e japoneses ficarão submetidos a tarifas de 15%.

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse nesta quinta-feira que foram obtidos acordos com o Camboja e a Tailândia, sem dar detalhes. E Taiwan fala de "certo consenso" com Washington.

A Índia será taxada em 25% e o Canadá também tem dificuldade em alcançar um acordo, segundo Trump, insatisfeito com sua intenção de reconhecer o Estado palestino.


- Tarifas nos tribunais -

O impacto das tarifas preocupa os economistas. São consideradas um peso para a inflação, que subiu 2,6% em junho, segundo o índice PCE publicado nesta quinta, e para o crescimento dos Estados Unidos, que é previsto em menos de 1% no segundo semestre.

Como consequência, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) manteve suas taxas inalteradas, para grande consternação de Trump.

O uso de tarifas como meio de pressão para alcançar acordos comerciais favoráveis aos Estados Unidos acabou nos tribunais.

Nesta quinta, foi realizada uma audiência em um tribunal de apelações de Washington para determinar se Trump excedeu suas faculdades constitucionais ao impor essas tarifas.

Em primeira instância, um tribunal especializado suspendeu as sobretaxas, mas um tribunal de apelações as confirmou, à espera de uma análise mais aprofundada do caso.

Não se espera uma decisão imediata. A Casa Branca advertiu que recorrerá à Suprema Corte se a decisão for desfavorável.

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